quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

“Sem socialismo não há vida”

Lutas contra imperialismo são debatidos no seminário internacional do PSOL

O centro do debate de hoje foram as lutas contra o imperialismo da América Latina e o mundo, incluída a luta anti-colonial. Durante a manhã, estiveram a União de Mulheres Palestinas, o Stop the wall, da Palestina, representante do Saara Ocidental e Guiana Francesa. À tarde, estiveram partidos socialistas do Chile, Venezuela, El Salvador, Peru, Honduras, Argentina, Uruguai e Bolívia.
Tito Prado apontou o salto de consciência anti-imperialista na América Latina em relação ao período anterior, com a recomposição social do protesto de indígenas, camponeses e da juventude, que conquistaram inserção nas lutas. Bandeiras que eram de esquerda foram assumidas pelas massas, com a atualização de consignas democráticas e anti-imperialistas. A dinâmica do movimento social real é de fuga diante do controle exercido pelas burocracias dirigentes dos movimentos, que são cooptadas pelos governos.

Tito faz parte de movimento que levou Ollanta Humala ao poder no Peru, quando pela primeira vez se derrotou a direita, numa luta nacionalista, para o país deixar de ser primário-exportador para recuperar as riquezas. “O povo celebrou como nunca a vitória”, disse Tito. Para o movimento de Tito foi um salto fundamental, pois em seis anos deixou de ser uma pequena organização para ter uma liderança na juventude, e está prestes a se tornar uma referência de toda a sociedade.

Contudo, dada a influência da política e capital brasileiros, dando dinheiro e assessores, o governo de Humala será de contradições. Em 120 dias ocorreu a primeira grande confrontação popular contra Humala, levando à crise social e política. O governo tentou um projeto mineral que secaria quatro lagunas em troca de piscinas de concreto. Tito e seu movimento lutaram exigindo consequência do governo e obtiveram vitória com a suspensão do projeto.
Tito colocou que o tema da assembléia constituinte é de massas e que o caminho de luta da classe no Peru é de uma frente social e política dentro e fora do partido.
Gustavo Soto, da Bolívia, apontou que a origem social de Evo Morales, não sendo proletário, mas de proprietário rural ajuda a explicar fatos recentes contra as populações indígenas, com construção de rodovia na Amazônia, financiada pelo BNDES, e o aumento da gasolina, conhecido “gasolinaço”. Soto ressaltou que os hidrocarbonetos estão sob o controle de três empresas estrangeiras: Petrobras, Repsol e Repgas.

Carlos Perez, do Movimento 26 de Março do Uruguai, disse que sua organização passou pela luta armada, prisão e exílio, hoje se constitui como um grupo com canais de propaganda, além de jornais, uma rádio AM que é líder de audiência, atingindo 35 mil pessoas por hora. Perez coloca dois problemas na luta de classes: o plano de ajustes do capitalismo e a partilha do mundo. “A era que vivemos é de progressismo”, disse, “por exemplo com a criação de uma organização na América Latina independente de EUA e Canadá”.
Perez relatou que consórcios brasileiros detém 50% dos frigoríficos e controlam exportações do país. Ele também indica como problema a burocracia sindical, tendo em vista que o sindicato é único, com uma base de 350 mil trabalhadores sindicalizados para 1,5 milhão de trabalhadores. Em 2011 houve conquistas no movimento estudantil, com luta pela recuperação da independência diante do governo burguês no Uruguai. Finalmente, ressaltou a criação da assembléia popular, com quatro setores, incluído o de Perez e mais organizações sociais e sindicais.
Finalmente, como disse Stalin Borges da Venezuela, “sem socialismo não há vida”.

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