terça-feira, 23 de julho de 2013

É hora do PSOL brilhar nas ruas

 De Fábio Coutinho

            As recentes mobilizações que chacoalharam as velhas estruturas e tomaram às ruas de norte a sul do país, é uma resposta à falsa estabilidade econômica do governo do PT. Vivemos um momento histórico. Onde o povo se divorcia dos velhos aparatos que por décadas foram responsáveis pela organização da juventude e dos trabalhadores, e que hoje são parte da rejeição das ruas.  As mobilizações que se espalharam por todo país  –  que foram se expandindo de forma espontânea  –  aglutinando rebeldia e indignação, é hoje um marco histórico. O movimento que está nas ruas é o símbolo de resistência à tempestade neoliberal que varreu o mundo para crise econômica e que pegou o PT em cheio.

             A instabilidade política e econômica que vivemos é o momento chave para construção de uma nova direção para o movimento de massas no Brasil. A tarefa do PSOL é afastar todo e qualquer tipo de conservadorismo que permeia nossas instâncias, e ser parte das lutas e embates políticos que se iniciam. O movimento de massas deve ter sua autonomia e nós devemos dar todo suporte e apoio. Nosso papel é ser uma alternativa política para os indignados.

             Com isso, precisaremos ser táticos para os desafios do próximo período.  O atual governo do DF, encabeçado por Agnelo Queiroz (PT/PMDB), está marcado por sua incapacidade administrativa, sua atuação à serviço das grandes empreiteiras e cercado por esquemas de corrupção. Com isso, abre um grande espaço para construção de uma alternativa de esquerda, democrática e socialista. O PSOL está preparado para esse desafio, desde 2006 estamos construindo nossa candidatura própria para o governo do DF. Tendo o Toninho do PSOL como figura porta-voz dessa construção, e sendo esse, um nome forte para a disputa de 2014.

             Precisamos estar atentos com o oportunismo. O PSB e o PDT são legendas que estiveram na base aliada do ex-governador Arruda (DEM), e se silenciaram diante da Operação Caixa de Pandora, realizado pela polícia federal para investigar o chamado mensalão do DEM. O PSB teve na época, um deputado envolvido em escândalos de corrupção e que foi posteriormente caçado. Esses mesmos partidos se retiraram da base aliada de Agnelo do PT de forma oportunista – por não verem mais perspectivas em seu governo e analisando a rejeição do povo –, optaram por se retirarem para construírem uma falsa “alternativa” para o governo do DF em 2014. O PSOL é a verdadeira alternativa! O único partido que não esteve envolvido  em nenhum desses governos anteriores. Somos um partido com total credibilidade com o povo do DF, basta analisarmos nosso crescimento desde nossa primeira candidatura em 2006, onde alcançamos 4,26% e em 2010 chegando a 14,37%.

             Para nós do MES, as mudanças reivindicadas nas ruas, não poderão vir de partidos da ordem. Partidos esses, que já tiveram a oportunidade de estar à frente do governo do DF.  Estes partidos estão procurando uma nova base aliada, para que possam encabeçar a chapa, e pintar sua velha política, com a cara da nova política. O PSOL vem crescendo no DF por ter um caráter combativo e coerente, estando nas ruas em defesa dos direitos do povo! O PSOL deve rejeitar qualquer proposta de aliança em 2014 com esses partidos. A base do PSOL não aceitará se misturar com velhas estruturas partidárias, como PSB e PDT. A conjuntura é favorável para nós, e a juventude deve conduzir esse processo. Temos que seguir engajados ao lado do povo na luta contra esse regime político,  por mudanças estruturais reais e concretas. Nossa aliança é com o povo!

             Portanto, em 2014 é o momento do PSOL se lançar como alternativa real para o governo do DF. Com uma candidatura onde o PSOL seja a cabeça da chapa e que não capitule para o oportunismo eleitoreiro. O PSOL deve ser empurrado pelas massas. É o momento do povo em especial a juventude, tomar o PSOL e empurra-lo para o radicalismo, organizando o descontentamento popular. É o momento do PSOL se colocar como organismo que busque construir uma unidade ampla com os setores desiludidos com as velhas estruturas, o PSOL deve ser a “casa” de todos os lutadores que procuram um abrigo. Muitos setores estão rompendo com as velhas estruturas e procurando alternativas políticas, o PSOL é essa alternativa, é hora do PSOL brilhar nas ruas.

sábado, 6 de julho de 2013

Primeiras conclusões sobre o levante que mudou o Brasil e nossas tarefas políticas


De Movimento Esquerda Socialista, em Luciana Genro 

1) Vivemos duas semanas de um grande levante juvenil e popular no qual o povo mostrou sua força. Tivemos mobilizações em quase todas as cidades do país. Os números foram impressionantes. Na segunda-feira, 17 de Junho, mais de 150 mil pessoas marcharam em São Paulo, pela redução da tarifa e contra a repressão policial. Na quinta seguinte, dia 20, a imprensa falou em quase dois milhões de pessoas, com epicentro no Rio de Janeiro, com mais de 700 mil presentes (algumas fontes sérias falam em mais de 1 milhão). Na semana seguinte, apesar de manifestações menores, ainda tivemos 120 mil pessoas em Belo Horizonte, 70 mil em Fortaleza, bem como dezena de milhares em várias capitais. As cidades do interior em todo o país não quiseram ficar de fora. Vários setores populares se somaram ao movimento: passeatas na Zona Leste e Sul de São Paulo, na Região de Guarulhos e ABC, nas caminhadas na Rocinha, Maré e Vidigal, no Rio de Janeiro. Este acontecimento histórico altera de modo qualitativo a situação política nacional, produzindo uma mudança de consciência de massas e colocando o ascenso das lutas sociais e políticas no centro da situação nacional. O “povo unido, jamais será vencido!”, deixou de ser uma palavra de ordem da vanguarda e virou uma conclusão evidente. Estamos mais fortes e confiantes para os próximos embates. Este é o grande saldo positivo do movimento.