domingo, 23 de dezembro de 2012

A “bronca” explodiu com as festas 
Por Pedro Fuentes
Normalmente, as pessoas relaxam-se para o Natal e Ano Novo. Não é o caso da Argentina, (tampouco do México), onde em vários finais do ano temos visto que o sentimento que vem e domina são expressões de raiva, de revolta do povo com grande coragem. Isso foi nos dias de hiperinflação que levou à queda de Alfonsín em 1994, e mais em 2001 com "Argentinazo". Por que não ia ser assim em 2012, neste ano novo onde a política governamental de desapropriação do povo foi sentido fortemente? Não por acaso a capa do periódico do MST neste final de ano diz: "2012, el año del quiebre y la bronca, (raiva)”.

Ontem nos informamos que a onda de saques em supermercados e hipermercados, que começou quinta-feira em Bariloche, continuou em diferentes partes do país, especialmente na Grande Buenos Aires, (Campana, San Fernando, Tigre, San Martin, 3 de Fevereiro ...) No mesmo dia houve dois mortos na cidade de Rosário, no meio de um confronto de manifestantes e policiais. (A imprensa relata que no grande Rosario houve 25 saques a supermercados).
As imagens que recebemos foram eloquentes: a de que homens e mulheres pobres e saquearam aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos e um monte de comida. As imagens também mostraram, (como em todas as revoltas ou revoluções), jovens manifestantes enfrentaram com coragem e pedras a batalhões policiais disparando contra a multidão.
Como sempre, nestes casos que a massa espontânea produz levantamentos explosivos, o governo falou de manipulação orquestrada provocada pelo CTA, a CGT ... também o MST. Alejandro Bodart deputado do MST / Proyecto Sur, disse: "Não a que olhar para este ou aquele instigador, a mão que está por trás do saque é o ajuste, a subida dos juros aos trabalhadores e a miséria que o governo nacional está baixando sobre as províncias e municípios."
A esquerda que vê que com Cristina, Argentina tem governo "progressista" semelhante a Chávez ou Evo, tem que rever esse ponto de vista. Deve ver a Argentina através da lente do que está acontecendo na Grécia, Espanha ou Portugal. É uma das primeiras respostas dadas em Latino América a uma crise econômica e político que é mundial.
Argentina está se movendo nessa direção já. E, apesar da repressão e da morte, esta é uma boa notícia para receber o ano novo; junto as expressões espontâneas de raiva da Argentina, com as mobilizações dos indígenas e zapatistas em México. 
Preparemos-nos então para um 2013 de rebeldias, e para que em elas podamos dar nossas respostas anticapitalistas, as únicas que podem enfrentar a fome e criar novas perspectivas para o mundo.

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