domingo, 18 de agosto de 2013

Bloco de Esquerda do PSOL lança manifesto para disputa do 4o Congresso
Por um PSOL sintonizado com o avanço das lutas da juventude, das trabalhadoras, dos trabalhadores e do povo
- Manifesto do Bloco de Esquerda do PSOL
O Brasil assistiu às espetaculares manifestações populares e da juventude nas Jornadas de Junho, contra os podres poderes da República, contra o aumento de tarifas, a repressão policial, os suntuosos gastos públicos com a Copa do Mundo.

Questionando os governos, os parlamentos e todas as opressões, milhões de pessoas ocuparam as ruas, bloquearam estradas, enfrentaram a polícia. Produziu-se, pela ação massiva, uma jornada de manifestações espetaculares que mexeram nas relações de força da sociedade e abriram uma nova conjuntura mais favorável aos movimentos combativos e à oposição político-partidária de esquerda como o PSOL.

A ira de centenas de milhares de jovens atinge governos em todos os níveis e, de lá para cá, o processo não se encerrou. Continua, pois as demandas se multiplicam, a ira contra o corte nos gastos públicos e benefícios aos grandes capitalistas produz novas manifestações, greves e paralisações, lutas nas periferias e ocupações de câmaras municipais e assembleias legislativas.


O sentimento anti-partido é legítimo, pois é um rechaço aos partidos da ordem e que governam contra o povo (PMDB, PT, PSB, PDT, PCdoB, PV, PSDB, PSD, DEM, PTB, PMN, PR); é um rechaço aos partidos que fazem do estado um balcão de negócios e evidenciam que a política tradicional é uma carreira corrupta.

Caberá ao PSOL continuar legitimando-se diante desta conjuntura como um partido que nada tem a ver com esta ordem. O lugar do PSOL é nas ruas, é no apoio e participação ativa nas manifestações, no incentivo à democracia das ruas, às saídas pela democracia direta. É na oposição frontal e radical ao governo Dilma-PT-PMDB, aos governos estaduais e municipais tanto da base federal como da base tucana.



Nas ruas, ao lado do povo e longe do governismo



Não cabe nenhuma aproximação do PSOL com o governismo. Não podemos ter um senador que, desrespeitando resolução da executiva nacional do partido e contra a vontade da militância real, comparece em uma audiência com Dilma, em um momento que o governo procura relegitimar-se diante da sociedade. Não podemos ter um senador que se mantém na base governista do Senado e que participa da aprovação do estatuto da juventude, que tira direitos.

Se o nosso partido quer ser amplo, oposição de esquerda e anticapitalista, não pode cogitar a participação no Foro de São Paulo (tal como propõe a tese do bloco dirigido por Randolfe Rodrigues e Ivan Valente). Este Foro é dirigido pelos partidos que, no nosso país, sustentam o governo Dilma, que estão sendo rechaçados nas ruas. Não podemos nos juntar com partidos que defendem o governo Dilma que, após as Jornadas Junho, anunciou, como primeiro ponto de seu suposto pacto, um ajuste fiscal com mais cortes nos gastos públicos.

O PSOL precisa se credenciar como o partido dos indignados brasileiros, o partido que apoia o Passe Livre e o Tarifa Zero, a desmilitarização das PMs, as lutas dos povos indígenas, quilombolas, sem terra, sem teto, pelo estado laico, por saúde e educação pública de qualidade e contra a criminalização dos movimentos. Enfim, que dialoga com a radicalidade das centenas de milhares de jovens que foram às ruas e com as suas pautas.

O PSOL precisa se credenciar como o partido que apoia as greves e lutas dos trabalhadores, animadas pelas jornadas de junho, suas campanhas salariais e seus confrontos com patrões e governos, enfrentando as traidoras e corruptas burocracias que deram as costas às jornadas de junho e consideram que greve geral só se faz contra regimes ditatoriais, como afirmou o presidente da CUT.

O PSOL precisa ser o partido que contribui para recolocar um projeto de ruptura com a ordem social. Assim, o centro de nossa ação não pode ser a defesa e nem a legitimação desta institucionalidade. O nosso centro de gravidade é a busca da mobilização nas ruas e da auto-organização popular como estratégicos para um projeto de poder popular e socialista.

Este perfil de partido exige uma virada no PSOL: na sua política, no seu funcionamento, na sua direção. Este é o desafio do IV Congresso do PSOL. As jornadas de junho encontraram um PSOL muito tensionado por um caminho institucionalista, um problema grave e que vinha de antes.

Pois o bloco encabeçado por Randolfe e Ivan Valente ampliou de forma despudorada suas alianças com setores da direita e com os partidos do mensalão, primeiro em 2010 e depois em 2012. Foi esse bloco que colocou Lula, Dilma e os ministros do PT no programa de televisão do partido em Belém em 2012. Foram eles que apoiaram a aliança do PSOL de Macapá com o DEM, PTB e PSDB. Foi esse bloco que protegeu e admitiu no interior do partido, até o limite, os dirigentes aliados à máfia de Carlinhos Cachoeira.



Oposição de esquerda contra a ordem social autoritária e desigual



Os novos tempos abertos no Brasil exigem uma política e um partido afinado com a voz das ruas e capaz de, nas eleições de 2014, apresentar uma candidatura e um programa sintonizados com a radicalidade das mobilizações de massa e os anseios de mudanças profundas da juventude.

Milhares de nossos militantes e lideranças estiveram nas ruas. Por isso, precisamos e podemos ter nosso PSOL apresentando um perfil que volte a credenciar a ideia de partido junto a milhões de jovens e trabalhadores, e isto significará bater de frente com a ordem, a institucionalidade corrupta, seus governos e seus partidos.

E isto significará ter, de uma vez por todas, um partido democrático, militante, com instâncias que funcionem e sejam respeitadas.

Chamamos os filiados do PSOL que estão indo às plenárias municipais a elegerem delegados ao IV Congresso em torno das ideias deste manifesto. Assim, teremos um PSOL verdadeiramente de lutas, de massas, democrático e socialista.


Assinam este manifesto as seguintes teses:

Tese - As Jornadas de Junho, Nossa Estratégia e os Desafios do PSOL

Tese – Avançar a Resistência Popular e Defender o PSOL (Ação Popular Socialista – APS)

Tese - Democracia Real Já, nas Ruas e no PSOL

Tese – Por Novos Levantes no Brasil (MES e mandato Deputado Estadual Carlos Giannazi)

Tese - Por um PSOL afinado com as ruas: de luta, socialista e radicalmente democrático!

Tese - PSOL: Um partido para a Revolução Brasileira

Tese - Tomar as Praças e Ruas, Avançar Nas Conquistas Rumo Ao Socialismo!

Tese — Nada será como antes!

Clique aqui para o Manifesto em pdf:

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