Por Rafael Digal, Secretário Geral do DM PSOL Salvador
Companheir@s, eu estava na plenária coordenando a mesa. Cheguei cedo no local junto com a companheira Zilmar Alverita (membra da Executiva Nacional) para organizar as coisas e desde o início da reunião fomos informados de que as pessoas foram chamadas para receber as chaves do programa minha casa, minha vida. Temos gravado as pessoas levantando a mão e assumindo isso. Esse foi o primeiro tensionamento pois as pessoas vinham de uma ocupação do MSTS (racha do Movimento Sem Teto da Bahia organizado por um picareta do PT) e queriam atendida sua demanda por moradia.
No credenciamento foram constatados que muitas das pessoas não estavam filiadas. Ainda assim, abri a reunião, chamei os representantes de teses no que fui atendido por Franklin Oliveira (dirigente do Rosa Zumbi) e Hamilton Assis (Presidente do DM e dirigente da APS). Como sabia que o Somos PSOL está junto com a dissidência perguntei se ela não defenderia tese, a qual me respondeu que Franklin vai defender e eu me inscrevo depois. Após sua defesa, Franklin apresentou uma chapa já pronta inclusive com números, agitando a plenária que mal havia começado, quanto a isso não há problema, mas denota articulação entre campos até então divergentes em torno de uma manipulação da consciência das pessoas.
Após as defesas de teses abrimos para o debate. Algumas falas foram feitas girando em torno da polêmica quanto ao que as pessoas foram fazer ali. Eu, enquanto mesa, dei todos os informes, afirmei que seria garantido o debate e pedi que nos atêssemos ao debate político. A essa altura já tinha acontecido duas ou três brigas entre os supostos filiados, uma inclusive do meu lado que tive que sair da mesa p ra separar. Nessa hora o dono do espaço (uma escolinha de bairro, de família) pediu para aclamar os ânimos pois os familiares dele que estavam próximos do local, numa festa estavam reclamando da depredação do local, pois as pessoas se amontoavam em cima da mesa de credenciamento esperando que iam conseguir uma casa.
Depois de alguns minutos, mesmo com os meus apelos pra continuar a reunião, os supostos filiados estavam em parte aglomerados em cima da mesa de credenciamento, e e outros do lado de fora. Depois de mais de meia hora apelando pra todas as correntes pra resolvermos o problema, fiz consulta aos 6 membros da executiva municipal presentes e decidimos suspender a reunião que já não existia a essa altura, retirei os materiais, caixa de som, bandeira, etc e fui informar a mesa de credenciamento para suspender, nesse momento os donos do local começaram a mandar as pessoas embora, pois já tinham quebrado cadeiras e um computador que o Diretório terá que pagar. Nesse momento, ou seja, depois da suspensão da reunião, começou um tumulto na porta em que Ronaldo estava envolvido, os militantes da APS correram pra separar e fomos nós que levamos o companheiro pro Hospital e recuperamos seu celular que seria levado por um dos supostos filiados.
Não temos medo do debate político ou da disputa. No dia anterior tiveram muitas tensões, mas mantivemos o debate até o final e diferente do que disseram elegemos quase 2/3 dos delegados, portanto estávamos tranquilo hoje quando elegeríamos mais delegados pra engrossar a bancada de bloco de esquerda nacional e estadual, mas infelizmente a plenária foi inviabilizada por quem convocou as pessoas pro minha casa minha vida e ainda disse pra elas em plenário que nós só queríamos casas para o MSTB e que queríamos deixá-las de fora.
Nunca vi coisa tão bizarra no PSOL e fiquei abalado ao ver companheiros que tem anos e até décadas de militância fazendo coisas desse tipo. Estamos recolhendo todas as fotos e vídeos e encaminharemos pra Nacional, inclusive mantendo o acordo que fizemos de solicitar a realização de outra reunião.
Sem mais, Rafael Digal - Secretário Geral do DM PSOL Salvador
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