sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Podridão em Brasília não tem limites

Valdeci Rodrigues | Valdeci | 02/02/2012 21h28. Publicada em SRZD - sidneyresende.com

Houve um tempo que em que eu sempre mostrava para pessoas fora do Distrito Federal que a corrupção no governo federal era obra de todos os estados, incluindo Brasília.

Mas desde a prisão do então governador do DF, José Roberto Arruda, que era do DEM, mas foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso no Senado pelo PSDB, que a podridão própria da capital do país não para de expor as entranhas da corrupção no governo daqui, também.

Nessa quinta-feira, teve de deixar o cargo o diretor da Polícia Civil, Onofre de Moraes. Ele apareceu num vídeo feito pelo jornalista Edson Sombra, fazendo críticas ao governador Agnelo Queiroz (PT), e dizendo, até, que o petista acabaria saindo do palácio num camburão direto para a cadeia.


Sombra é figura conhecida como amigo de outro delegado, Durval Barbosa, que detonou o governo de Arruda e começa a detonar o governo de Agnelo.

O motivo é simples: Durval e Sombra especializaram-se em gravar as conversas subterrâneas do roubo generalizado no Governo Distrito Federal (GDF).

A sensação neste momento é de que a Polícia Civil inteira está loteada entre grupos que se envolvem ou se envolveram em corrupção na administração pública.

Onofre de Moraes foi denunciado por ter oferecido dinheiro a Sombra para poupar Agnelo, como noticiou a revista Veja desta semana, com base em depoimento de Durval à Polícia Federal.

Brasília, além de concentrar os corruptos de todos os estados, produz aqui também seus próprios ladrões dos cofres públicos sem provocar inveja em nenhuma quadrilha de qualquer outra unidade da federação.

O que se pergunta hoje: até quando o roubo campeará desenfreado em todo o país e no Distrito Federal?

Se houvesse uma parte limpa maior do que a podre, Agnelo Queiroz também já teria caído do cargo.

O que se percebe no Distrito Federal é ação de quadrilhas organizadas de colarinho branco - como as que atuam na Esplanada dos Ministérios, com origem em todos os estados.

Todas elas com o único propósito: ter poder, assaltar os cofres públicos e sair impune. Entre os cabeças do crime há, infelizmente,  um grande número de pessoas que chegaram por intermédio do voto, como Agnelo Queiroz, José Roberto Arruda, e antes deles, para citar apenas do DF, Joaquim Roriz.

Detalhe importante: Onofre de Moraes assumiu a direção da Polícia Civil em novembro passado, depois de suspeitas do governador Agnelo de que material contra ele estaria vazando da instituição para prejudicá-lo.

É podridão demais!

Até onde a vista alcança, nada indica que as quadrilhas estão enfraquecidas. Enxergamos apenas as fissuras no esquema, resultado da briga dos corruptos entre si.

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