Grande imprensa admite que gastos com servidores estão caindo
Notícias diárias comentadas sobre a dívida – 6/8/2012 – www.auditoriacidada.org.br
O
Jornal Valor Econômico de hoje admite que os gastos com servidores
federais têm caído ao longo dos últimos 10 anos, em percentual do PIB.
Segundo o Valor, o gasto com servidores em 2012 (4,2% do PIB) está bem
mais baixo que em 2002, último ano de FHC (4,8% do PIB).
É
importante comentar que, quanto maior o PIB, maior a demanda por
serviços públicos como os de saúde (devido a mais acidentes de transito,
de trabalho, etc), educação (maior demanda pela formação pessoal e
profissional), fiscalização tributária, trabalhista, etc.
A
notícia também revela que a proposta orçamentária para 2013 irá
prosseguir tal queda, devido à perda de receita decorrente dos recentes
benefícios fiscais concedidos principalmente à indústria. Ou seja: ao
mesmo tempo em que diz que não há recursos para os servidores, o mesmo
governo concede amplos benefícios tributários à industria, às custas
também da queda na receita de estados e municípios, no caso das reduções
de IPI (que é repartido com os entes federados).
E,
para manter intocado o pagamento da dívida pública – que já consumiu
até 2 de agosto nada menos que 52% do orçamento de 2012 – o governo
prefere impedir o reajuste dos servidores. Mesmo que o montante gasto
com a dívida tenha sido 5 vezes maior que o gasto com o funcionalismo.
Estes dados podem ser conferidos no Dividômetro da Auditoria Cidadã da Dívida – www.auditoriacidada.org.br
Por outro lado, imprensa tenta culpar servidores pela dívida dos estados
O
Jornal Estado de São Paulo traz notícia que procura culpar os
servidores estaduais pelo endividamento dos entes federados. Porém, a
notícia omite que de 1999 a 2011 a dívida dos estados com a União
cresceu de R$ 121 bi para R$ 369 bi , apesar dos estados terem pago R$
157 bilhões de 2000 a 2011. Ou seja, apesar do enorme pagamento feito
pelos estados, a dívida continua gigantesca, principalmente devido às
altíssimas taxas de juros nominais, compostas pelo índice IGP-DI mais 6%
a 7,5% ao ano. Em 2010, tal taxa chegou a cerca de 20% ao ano.
Portanto,
a dívida dos estados cresce devido aos juros absurdos, e não devido ao
funcionalismo, até porque os recentes empréstimos não têm servido para
pagar o funcionalismo, mas para investimentos, como no caso dos
financiamentos do BNDES.
Esse
é o esquema de funcionamento do Sistema da Divida: depois que cresce
absurdamente, a dívida passa por “refinanciamentos” que a transformam em
débito com o Banco Mundial, BNDES etc…
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