Por Roberto Robaina, para prefeito de Porto Alegre-RS pelo PSOL 50
Ontem à noite tivemos um momento histórico na política da esquerda gaúcha. Creio que sua importância é ainda maior, não apenas regional. Trata-se da incorporação no PSOL de líderes históricos do PSB, fundadores deste partido. A atividade programada era a filiação de Jauri Oliveira. Jauri, com 81 anos, foi três vezes p
refeito de São Luiz Gonzaga e ex-deputado estadual. Foi um combatente incansável contra a ditadura militar, um homem de extrema coragem e integridade. Foi além disso o pai do Zezinho, fundador do PT e militante ativo da IV Internacional que faleceu em 1991, com apenas 31 anos. Zezinho foi o fundador do sindicatos dos metroviários e na campanha eleitoral de 1982 foi candidato a vereador com uma campanha revolucionária na juventude com o slogan DESOBEDEÇA. Jauri, desde sua cidade nas missões do Rio Grande do Sul, há algum tempo estudava o PSOL e finalmente decidiu se filiar. Seu ingresso não foi uma adesão qualquer.
No ato de filiação de Jauri no PSOL estavam presentes, além de seus filhos, netos e sobrinhas, o médico Bruno Costa, que foi brutalmente torturado durante a ditadura, e Fúlvio Petracco, na condição de fundador do PSB e presidente de honra do partido. Havia aí já uma situação muito singular: o presidente de honra do PSB prestigiando a filiação de Jauri em outro partido, o PSOL. Esta situação se explicara pela ligação entre os dois. Mas era mais que isso. A proximidade política estava evidente antes do ato. Jauri Oliveira já estava militando pelo PSOL. No seu discurso de filiação disse que assumia a posição de tarefeiro. De construtor. Petracco estava ali para provar. Depois dos discursos de Pedro Ruas, meu e de Luciana Genro – que estava imensamente emocionada (seu avô até a morte foi presidente de honra do PSB no Estado e apoiou ativamente a Luciana quanto ela estava sendo expulsa do PT), foi a vez de Jauri. Em seguida falou Bruno Costa e logo depois a palavra foi para Petracco. Por recomendação médica comunicada por um telefonema da filha, Petracco não poderia nem falar nem muito menos se emocionar. Mas ele falou. E se emocionou, porque era impossível não se emocionar.
Começou contando do telefonema da filha e dizendo que iria falar pausadamente e buscar fugir da emoção. Seguiu dizendo, olhando para mim, que não via nenhum problema que me acusassem de radical. Que ele foi muitas vezes acusado assim por aqueles que tentavam sair do debate de conteúdo para os adjetivos; mas dizia sempre que sentia muito orgulho de tomar as coisas pela raiz. A força de suas palavras fazia o silêncio tomar conta da sede do partido. Estávamos todos atentos, compenetrados em cada gesto. Fez uma análise lúcida da política, mostrando a importância da esquerda, lembrando o avô de Luciana e a importância de Jauri Oliveira. Seguiu dizendo que para ele era muito difícil sair do PSB. Com seus atuais 76 anos, tinha entrado no partido com 17 anos e nunca havia mudado de partido. Era este um dos seus grandes orgulhos. Estava respondendo diretamente a minha fala que fui explícito e convidei-o para que ingressasse no PSOL, que seguisse os passos de Jauri. Convidei a ele e ao médico Bruno Costa. E sua fala continuou. Ele seguiu dizendo que teve coragem ao longo da vida e que agora, neste momento de sua vida, não perderia a coragem. E ainda que, assim como foi um jovem de coragem (Petracco foi o principal líder estudantil da luta pela legalidade, em 1961), queria morrer com coragem. Quando finalmente anunciou que iria se filiar ao PSOL a sala explodiu de alegria. E ainda acrescentou. Me filio hoje mesmo, e Jauri creio que pode abonar minha ficha, disse o guerreiro socialista, e os militantes do PSOL explodiram numa alegria que se misturou com lágrimas.
Foi um momento de afirmação das possibilidades do partido, de sua viabilidade, de seu caráter de esquerda e socialista. Petracco até ontem era o presidente de honra de um partido que está na chapa que está entre os primeiros lugares na disputa pela prefeitura de Porto Alegre (até o momento, pelas pesquisas). Um partido que tem o vice governador do Estado. Mas Petracco não é um político que busca cargos nem muito menos o poder pelo poder. São anos de tradição na esquerda. Petracco percebeu quem estão empunhando a bandeira de esquerda. Depois de sua filiação se filiaram ainda sua esposa Amélia, e vários outros militantes seguiram o exemplo.
Em seguida, novamente Petracco se dirigiu ao público. Deixou claro que assumia a campanha para que o PSOL ganhe a prefeitura de Porto Alegre. E disse de modo claro que o Petracco neles, marca de sua campanha eleitoral para o governo do RS (um slogan que ficou famoso em 1986 e marcou a todos que acompanham mais ou menos bem a política e que hoje tem um pouco mais de 40 anos) agora se completa, nestas eleições, com o Roberto Neles. Meu orgulho não poderia ser maior. Jauri Oliveira e Fulvio Petracco são exemplos de vida e de combate militante.
No ato de filiação de Jauri no PSOL estavam presentes, além de seus filhos, netos e sobrinhas, o médico Bruno Costa, que foi brutalmente torturado durante a ditadura, e Fúlvio Petracco, na condição de fundador do PSB e presidente de honra do partido. Havia aí já uma situação muito singular: o presidente de honra do PSB prestigiando a filiação de Jauri em outro partido, o PSOL. Esta situação se explicara pela ligação entre os dois. Mas era mais que isso. A proximidade política estava evidente antes do ato. Jauri Oliveira já estava militando pelo PSOL. No seu discurso de filiação disse que assumia a posição de tarefeiro. De construtor. Petracco estava ali para provar. Depois dos discursos de Pedro Ruas, meu e de Luciana Genro – que estava imensamente emocionada (seu avô até a morte foi presidente de honra do PSB no Estado e apoiou ativamente a Luciana quanto ela estava sendo expulsa do PT), foi a vez de Jauri. Em seguida falou Bruno Costa e logo depois a palavra foi para Petracco. Por recomendação médica comunicada por um telefonema da filha, Petracco não poderia nem falar nem muito menos se emocionar. Mas ele falou. E se emocionou, porque era impossível não se emocionar.
Começou contando do telefonema da filha e dizendo que iria falar pausadamente e buscar fugir da emoção. Seguiu dizendo, olhando para mim, que não via nenhum problema que me acusassem de radical. Que ele foi muitas vezes acusado assim por aqueles que tentavam sair do debate de conteúdo para os adjetivos; mas dizia sempre que sentia muito orgulho de tomar as coisas pela raiz. A força de suas palavras fazia o silêncio tomar conta da sede do partido. Estávamos todos atentos, compenetrados em cada gesto. Fez uma análise lúcida da política, mostrando a importância da esquerda, lembrando o avô de Luciana e a importância de Jauri Oliveira. Seguiu dizendo que para ele era muito difícil sair do PSB. Com seus atuais 76 anos, tinha entrado no partido com 17 anos e nunca havia mudado de partido. Era este um dos seus grandes orgulhos. Estava respondendo diretamente a minha fala que fui explícito e convidei-o para que ingressasse no PSOL, que seguisse os passos de Jauri. Convidei a ele e ao médico Bruno Costa. E sua fala continuou. Ele seguiu dizendo que teve coragem ao longo da vida e que agora, neste momento de sua vida, não perderia a coragem. E ainda que, assim como foi um jovem de coragem (Petracco foi o principal líder estudantil da luta pela legalidade, em 1961), queria morrer com coragem. Quando finalmente anunciou que iria se filiar ao PSOL a sala explodiu de alegria. E ainda acrescentou. Me filio hoje mesmo, e Jauri creio que pode abonar minha ficha, disse o guerreiro socialista, e os militantes do PSOL explodiram numa alegria que se misturou com lágrimas.
Foi um momento de afirmação das possibilidades do partido, de sua viabilidade, de seu caráter de esquerda e socialista. Petracco até ontem era o presidente de honra de um partido que está na chapa que está entre os primeiros lugares na disputa pela prefeitura de Porto Alegre (até o momento, pelas pesquisas). Um partido que tem o vice governador do Estado. Mas Petracco não é um político que busca cargos nem muito menos o poder pelo poder. São anos de tradição na esquerda. Petracco percebeu quem estão empunhando a bandeira de esquerda. Depois de sua filiação se filiaram ainda sua esposa Amélia, e vários outros militantes seguiram o exemplo.
Em seguida, novamente Petracco se dirigiu ao público. Deixou claro que assumia a campanha para que o PSOL ganhe a prefeitura de Porto Alegre. E disse de modo claro que o Petracco neles, marca de sua campanha eleitoral para o governo do RS (um slogan que ficou famoso em 1986 e marcou a todos que acompanham mais ou menos bem a política e que hoje tem um pouco mais de 40 anos) agora se completa, nestas eleições, com o Roberto Neles. Meu orgulho não poderia ser maior. Jauri Oliveira e Fulvio Petracco são exemplos de vida e de combate militante.
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