terça-feira, 30 de outubro de 2012

As eleições no segundo turno e o PSOL
Roberto Robaina é da Executiva Nacional do PSOL e foi candidato a Prefeito. 

Construir o PSOL tem sido apostar num projeto de política anticapitalista. Sabemos que tal projeto não é fácil. Nem queremos projetos fáceis. Temos e teremos que enfrentar todos os poderosos que comandam a política, a economia, a grande mídia. Sabemos que são os partidos que aceitam o domínio do capital que logram mais peso no aparelho do estado atual. Por isso não vamos fazer o vale tudo para ganhar espaço nesta institucionalidade dominada pela burguesia. O PT, por exemplo, quanto mais distante esteve do projeto anticapitalista que marcou seus anos iniciais mais teve poder estatal. Por isso que a eleição de Haddad não significa de verdade nenhuma vitória de esquerda, embora sempre seja bom ver o PSDB ser derrotado. Mas a vitória do PT não é a vitória do povo nem muito menos da luta anticapitalista. Maluf participando da festa da vitória de Haddad diz tudo.
Quanto ao PSOL, estamos orgulhosos da vitória que tivemos no primeiro turno, em particular com o resultado do Rio de Janeiro, mas também de muitos outros estados. O PSOL está mais vivo do que nunca. E como partido vivo estará sujeito às pressões de todo o tipo. Inclusive as pressões da burguesia. Elas já começaram e se expressaram nas eleições de Macapá, onde o PSOL ganhou a sua primeira prefeitura de capital no dia de hoje. Para quem não sabe estive entre os dirigentes do partido que não aceitaram a linha de campanha do candidato do PSOL Clécio Luis, agora eleito prefeito da cidade. Clécio defendeu uma política de alianças que considero inaceitável para o PSOL e no segundo turno chegou a ter apoio do DEM e do PTB. O senador Randolfe defendeu esta mesma linha. Assim, contraditoriamente, a primeira capital anunciada como dirigida pelo PSOL não tem a política que é amplamente majoritária entre os militantes do PSOL que não aceitam nenhuma relação de parceria com o DEM nem com o PTB. Repudiamos estes partidos e repudiamos qualquer tipo de parceria com eles. Vou trabalhar mais firme contra estas políticas e não vou poupar o prefeito eleito. O que deve ser feito deve ser discutido publicamente. A vigilância deve ser de todos.


Os debates devem ser públicos porque queremos nos apoiar nas pressões sociais, mais progressistas, nas forças sociais à esquerda, nos trabalhadores e jovens que querem mudanças. Queremos nos conectar cada vez mais com as forças que lutam contra o capitalismo no mundo todo. Será decisivo ter lideranças revolucionárias e a participação ativa de todos os militantes, dos amigos, dos simpatizantes
A crise do capital mostra que para os trabalhadores não há outra saída que não seja se organizar de modo independente e lutar pelos seus interesses sem confiar nos partidos burgueses. Nem confiar em quem governa com eles. Uma política pró-burguesa será sempre combatida no PSOL. E não comandará o PSOL. Esta é a garantia de nosso futuro.

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