Manifesto
do Juntos para Cúpula dos Povos
Por Juntos!
Dever
de lutar, direito a outro futuro
O
mundo está em discussão. Sejas nas assembleias dos movimentos
“Ocuppy”, seja nas reuniões organizadas por ministros e chefes
de Estado. A pauta é única: o futuro da civilização. Existem
muitos “sinais de alerta” que estamos correndo riscos mais sérios
do que se pensa. Exemplos não nos faltam, infelizmente: o avanço do
desmatamento na região Amazônica, o desastre recente na usina
nuclear japonesa de Fukushima, entre outros eventos trágicos que se
aceleram com a crise ambiental.
A
Rio+20 traz a tona essa discussão. Mas a Conferência não tocará,
possivelmente, no balanço dos retrocessos vividos nestes 20 anos,
como o fracasso do Protocolo de Kyoto ou o novo entrave nas
negociações da Conferência Mundial do Clima (COP-15), em 2009. E
não o farão porque os interesses que os Chefes de Estado defendem
vão na contramão da defesa do meio ambiente. As diferentes
etiquetas apresentadas em conceitos como “desenvolvimento
sustentável” e “economia verde”, são na verdade, proposta de
seguir a destruição ambiental, porém com uma fachada “bem
comportada”.
Isso
pode ser notado em discussões bem concretas: o plano de
megaempreendimentos na América Latina, conhecido como IIRSA
(Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Latino Americana)
que vai atacar regiões inteiras, devastando o meio ambiente e
comunidades originárias. No Brasil, a aprovação do novo Código
Florestal obedece à lógica do desmatamento e do privilégio aos
ruralistas. Tudo isso sob a bandeira do “crescimento sustentável”.
Esta é a agenda do 1% mais rico que quer seguir controlando os
destinos do planeta.
Felizmente,
a luta ambiental também acumulou muito nos últimos vinte anos. A
incorporação da defesa dos territórios originários, da dimensão
urbana, da aliança com setores da luta social vem dando fôlego às
novas lutas. Nosso continente foi marcado por lutas importantes no
terreno ambiental: a luta dos indígenas bolivianos, a das
comunidades do sul do Peru e da Argentina contra as “megamineiras”
e mesmo no Brasil, com a ampla rede de apoio ao veto integral do Novo
Código Florestal, ou a luta contra a construção da usina de Belo
Monte. Os 99% estão em movimento. Temos que aproveitar a Cúpula dos
Povos para construir uma agenda comum de lutas. Temos a obrigação
de lutar por outro futuro.
O
capitalismo não pode ser reciclado
As
propostas de Economia Verde ou “capitalismo humanitário” são
remendos diante de uma das mais graves crises da história do
capitalismo. Tais propostas buscam canalizar a crítica a este
sistema para a responsabilidade individual, reduzindo a ações
pontuais o arco de possibilidades de intervenção contra a crise e
em defesa do meio ambiente. Na verdade, querem transformar – como
tudo no capitalismo – a preservação ambiental numa fonte de
lucros, com certa “consciência limpa”.
A
crise que arrastou a Europa, Estados Unidos e começa a chegar aos
países da periferia do capitalismo mundial traz prejuízos
ambientais, sociais, liquidando qualquer perspectiva de futuro. Em
boa parte da Europa o desemprego chega a 50% entre os jovens. O
capitalismo como modo de produção, como projeto global mostrou que
só traz falência, miséria e destruição. Não há nenhuma
condição de reformar o capitalismo. Cabe à juventude, à nova
camada de ativistas sociais, avançar na luta contra o capitalismo.
Nenhuma geração teve tanta responsabilidade e potencialidade. Só
com essa estratégia, podemos impor a vontade dos 99% contra o 1% que
controla nossas vidas.
O Brasil indignado, Universidades, praças e ruas
Quebec,
Barcelona, Rio de Janeiro, Uberlândia, Brasília. O fato de que
nestas diferentes realidades as universidades estão paralisadas não
é mera coincidência. A crise mundial tem despertado uma resposta
global.
A
luta nas universidades federais, que hoje já conta com adesão de
quase 50 das 59 universidades no Brasil (com várias greves
estudantis), está ganhando cada vez mais força. Hoje, essa luta é
o ponto mais alto da defesa da educação no Brasil. A verdadeira
rebelião de professores, servidores e estudantes está marcando o
período. Enquanto assistimos ao espetáculo deplorável da CPI de
Cachoeira, que mais uma vez terminará em pizza, a educação no
Brasil vive sua dura realidade.
A
massiva participação dos estudantes mobilizados na Cúpula dos
povos deve servir para a convergência destas lutas. Ali estarão
reunidas centenas de ativistas interessados em se solidarizar também
com a luta travada nas universidades. O descaso dos governos, em
especial do governo brasileiro, com a questão ambiental não é um
fato isolado. De modo geral, aqui e no mundo, privilegia-se o lucro
de poucos em detrimento do investimento em direitos básicos da
população como educação, saúde e em políticas de preservação
ambiental. Necessitamos denunciar as verdadeiras prioridades dos
donos do poder reunidos na Rio+20. Deve-se aproveitar este espaço
para que a mobilização em defesa da educação extrapole os muros
das universidades federais, sensibilizando amplos setores da
sociedade brasileira e internacional.
Semeando
a primavera carioca: Juntos Somos Freixo
O
fator determinante para a consolidação do Rio de Janeiro como palco
de grandes disputas política é a sua localização no centro das
contradições do desenvolvimento do modelo econômico e político em
curso no Brasil. Aqui podemos ver os elementos centrais do cenário
nacional: concentração de renda, megaeventos, a aliança em torno
da “governabilidade” [PT e PMDB] e de forma crescente, a
repressão ao movimento social. O grande comandante dos negócios da
burguesia brasileira ascendente é Eike Batista. Com seu “centro
operacional” no Rio, ele movimenta grande contingente de capitais
nos setores de logística, petróleo, indústria naval, energia e
mineração.
O
governo estadual de Cabral e a prefeitura do Rio sob o comando de
Eduardo Paes apostam todas as suas fichas neste modelo, sustentado na
tríade UPP’s, Copa/Olimpíadas e Pré-Sal. O sucesso desta aliança
parecia inquestionável, mas não demorou muito para surgirem
fissuras. O Rio de Janeiro neste último ano foi palco de grandes
mobilizações (bombeiros, funcionalismo público da saúde e
educação, trabalhadores do porto) e seus dirigentes políticos
protagonizaram graves escândalos de corrupção, como o de Carlinhos
Cachoeira, Delta e cia.
A
candidatura de Marcelo Freixo à prefeitura do Rio de Janeiro tem se
apresentado como a verdadeira possibilidade mudança. Alicerçada na
crítica ao status quo e na necessidade de mobilização e
participação da sociedade carioca para mudar a política da cidade,
Freixo conta com o apoio dos movimentos sociais, de entidades de
direitos humanos, educadores da rede pública e privada, jornalistas,
trabalhadores da saúde, funkeiros, artistas, intelectuais e muitos
jovens.
Freixo
tem angariado o apoio, sobretudo, de todos aqueles cariocas (e são
muitos) que identificam na sua candidatura a possibilidade do
reencontro da política com princípios de justiça social, promoção
da igualdade, ética, honestidade, democracia, participação
popular.
O
Juntos acredita que esta campanha-movimento pode transformar o
sentido da política no Brasil, a partir do exemplo carioca. Podemos
aproximar os 99% dos espaços de decisão no país, fazendo com que
as praças e as ruas diminuam sua distância do palácio. Vamos com
Freixo, para mudar a cidade do Rio de Janeiro, através do
protagonismo da juventude. A juventude tem a possibilidade de ocupar
a política na cidade e no país, por isso que Juntos Somos Freixo.
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