terça-feira, 9 de agosto de 2011

Urgente - massacre de índios isolados
Por Bruna Seixas  
Assunto: [antro_unb] Fwd: URGENTE - MASSACRE DE ÍNDIOS ISOLADOS
Pessoal,
Ajudem a divulgar, por favor!
Traficantes cercam funcionários da Funai no Acre
http://www1.folha.uol.com.br/poder/955912-traficantes-cercam-funcionarios-da-funai-no-acre.shtml
Abraços,
Bruna

De: marina ravazzi
Data: 8 de agosto de 2011 09:30
Assunto: URGENTE - MASSACRE DE ÍNDIOS ISOLADOS
INVASÃO NO ACRE POR NARCOTRAFICANTES:
Abandono pelo Ministério da Defesa e Polícia Federal
Possível massacre de índios isolados
Equipe da FUNAI encontra-se sozinha para salvaguardar a fronteira e a vida dos índios
 
A Fundação Nacional do Índio, desde 1987, possui em sua estrutura administrativa um setor responsável por assegurar a proteção física e cultural dos índios isolados e recém contatados por meio de ações de localização, monitoramento e fiscalização dos seus territórios, respeitando a autodeterminação destes povos.
Desde a publicação do Decreto 7.056, de 28 de dezembro de 2009, esse setor recebe o nome de Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados (CGIIRC) e está vinculada a Diretoria de Proteção Territorial (DPT).
Para desenvolver a política pública presente no Sistema de Proteção do Índio Isolado (em vigor desde 1988), a CGIIRC foi estruturada em unidades descentralizadas chamadas de Frentes de Proteção Etnoambiental (FPEs). Após o Decreto supracitado, são doze FPEs presentes na Amazônia legal brasileira com o intuito de garantir e promover os diretos dos índios isolados e de recente contato.
É premissa da FUNAI garantir o direito dos índios isolados de assim permanecerem, desta forma, não é objetivo das FPEs estabelecerem o contato com esse grupos étnicos; mas resguardar seu território e o direito de manutenção de seus usos, costumes e tradições.
No dia 23 de julho de 2011, a Base Xinane da Frente de Proteção Etnoambiental Envira/Acre foi invadida por grupo peruano armado. Tal invasão foi pré-anunciada, no dia 12/07/11, por grupo indígena peruano via rádio, como possível retaliação a prisão do narcotraficante Joaquim Antonio Custódio Fadista na Base do Xinane nesse mesmo mês.
CRONOLOGIA DOS FATOS:
- Em março de 2011, os funcionários da base de vigilância detiveram uma pessoa que descia das cabeceiras do rio Envira (Peru) em uma canoa, com mapas e pertences. O coordenador da FPE Envira é acionado na cidade de Feijó. Ao chegar à Base de Vigilância Xinane o meliante é encaminhado até a Polícia Civil na cidade de Feijó, e posteriormente preso pela Polícia Federal. O meliante era de origem portuguesa e era procurado por tráfico internacional. Quando o traficante estava detido na Base e soube que seria preso, some uma de suas malas. Ele confirma que a teria jogado no rio, porém a mesma é procurada e não é encontrada. O português fez ameaças ao coordenador da FUNAI.
- Dia 12 de Julho de 2011: a Base de Vigilância do Xinane recebe informação oriunda de uma comunidade indígena peruana, via radiofonia, que um grupo armado de traficantes peruanos estaria adentrando em território brasileiro, descendo as cabeceiras do rio Envira. De Brasília, por medidas de segurança, é repassada orientação para que as equipes de servidores da FUNAI saiam da Base por medidas de segurança. Os mesmos se deslocassem a jusante do rio Envira e se estabelecem na aldeia “Simpatia” dos índios Ashaninka. São realizadas gestões junta a Polícia Federal e Exército, no âmbito regional (Superintendência DPF de Rio Branco e 4°BIS) e em Brasília oficializa-se a DPF e Ministério da Defesa.
- Dia 15 de julho de 2011: Foi realizada ação conjunta de verificação por sobrevôo, com participação do DPF, Exército e FUNAI. Não foi registrado indícios de movimentação de embarcações na malha fluvial do rio Envira.
- Dia 16 de julho de 2011: A equipe de servidores da FUNAI retornou à Base de Vigilância Xinane que permaneceram atentos a qualquer anormalidade.
- Dia 23 de Julho de 2011: 14:00 hs servidores da FUNAI de Rio Branco dão ciência de mensagem contida no correio eletrônico, emitida ás 9:30 do mesmo dia pelos servidores da FUNAI da Base Xinane, por meio do sistema V-SAT, avisando que estariam abandonando a Base e se deslocando a jusante do rio Envira. Nas imediações da base se depararam com três homens com rifles. Mesmo tendo havido avistamento mútuo não ouve troca de tiros. As 14:30 hrs a equipe de servidores que deixaram a Base chegam a aldeia Simpatia (Ashaninka) e entram em comunicação via radiofonia informando que estão bem e que conseguiram sair em tempo da invasão.
Entre os dias 01 a 05 de agosto foi realizada uma operação com a Polícia Federal, que evacuou após essa data. Nessa operação é preso novamente o narcotraficante internacional que já havia sido preso pela equipe da FUNAI, extraditado para o Peru e solto lá. Durante a primeira prisão, com as ameaças feitas a equipe, temos clareza que ele organizou todo o “revide”.
Após terminada a operação, na cidade de Jordão/Acre, Meirelles (foi coordenador durante vinte anos da Frente Proteção Etnoambiental Envira), Carlos (Coordenador Geral de Índios Isolados e Recém Contatados/FUNAI Brasília), Artur (Atual coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Envira) e dois trabalhadores da base Xinane resolveram retornar para defender os índios.
“Estamos sozinhos. Ficamos apenas nós. Demos uma batida no entorno, os peruanos estão aqui em volta, bem pertinho. Vimos algumas tocaiais que observavam a operação. Tinha rastro de dez minutos antes, o leite da vareta ainda escorria, a 40 metros da base. Só temos três armas e um bocado de munição. Estamos aqui na vigília. Os rastros recente são de pelo menos seis, mas pela quantidade de vestígios de comida, de pisada, o varadouro largo e bem batido, bem limpo em baixo e encima de quase dois metros, os caras estão de numero três ou quatro vezes maiores” disse Carlos por mensagem aos amigos.
“Talvez se esse grupo tivesse invadido algum canteiro de obra o PAC, metade do exército já estaria lá. Mas como é uma basezinha da FUNAI, área de índios isolados.... O fato é que aqui ficaremos até que alguem ache que uma invasão do terrtório brasileiro por um grupo paramilitar peruano, é algo que mereça atenção. Somos irresponsáveis. Talvez. Mas antes de tudo existe um compromisso maior com os índios isolados e os contatados nossos vizinhos Ashaninka.. Não temos resposta pra tudo isso. Mas estamos bem perto das perguntas. Permaneceremos aqui. E nem venham nos buscar para abandonar a base de novo e nem venham aqui passar dois dias. Se vierem venhar prá RESOLVER o problema” disse Meirelles.
Por favor, peço que enviem esse e-mail para todos os conhecidos, para que o Estado Brasileiro veja com seriedade a questão fronteiriça e a vida dos índios.

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