Declaração da Conferência Nacional do NPA para a eleição presidencial
Na Grécia, Espanha e em todo o mundo árabe, milhões de manifestantes protestam contra a política das classes dominantes e dos Estados de fazer os trabalhadores e povos pagarem a crise. Na França, o patronato, Sarkozy e seu governo estão engajados em ataques violentos e reacionários contra os trabalhadores, as trabalhadoras, todas as mulheres, os jovens e os imigrantes. O NPA tem consistentemente, desde a sua criação, proposto a mais ampla unidade para o enfrentarmento a esses ataques, estimulado e participado de todos os quadros unitários que podem ser úteis nesse sentido.
Nas próximas eleições presidenciais e parlamentares, queremos estender essas batalhas cotidianas fazendo ouvir a voz d@s oprimid@s e explorad@s, do mundo do trabalho, dos imigrantes, das mulheres, e da juventude, de todas as vítimas da austeridade implementada por um Estado submisso aos banqueiros e ao patronato, que usa o racismo e a xenofobia para nos dividir. A partir das posições debatidas e aprovadas pelo nosso partido desde a sua fundação, vamos defender um programa de ruptura com o capitalismo, por uma outra distribuição das riquezas, de modo que @s assalariad@s e o conjunto da população não paguem pela crise. É um programa pelas lutas, pela sua generalização. Essa é a única via, face à crise social, política e ecológica, que não pode ser resolvida no âmbito da alternância entre os partidos, do respeito às instituições e à propriedade privada. Um programa que só poderá ser implementado por um governo dos trabalhadores, porque só o seu controle e sua intervenção direta podem reverter o sistema e mudar o mundo.
Neste contexto, a Conferência Nacional do NPA apresenta a candidatura de Philip Poutou à eleição presidencial, militante do NPA, operário sindicalista que lidera há anos a luta contra o fechamento de sua empresa enfrentando um dos grupos industriais mundiais líderes da produção de automóveis. Ele é um candidato anti-capitalista, feminista, ecologista, anti-racista, internacionalista.
Nestas campanhas, o NPA vai fazer ouvir uma voz que de forma inequívoca condena as políticas de austeridade, quer sejam realizadas pela direita ou, como na Grécia e Espanha, pela esquerda. Uma voz completamente independente do PS e de seus aliados. O NPA exige o cancelamento da dívida, a expropriação dos bancos, sua socialização em um único serviço público financeiro sob o controle da população e d@s assalariad@s mobilizad@s, a defesa e a melhoria dos serviços públicos hoje atacados sob o pretexto da dívida.
O NPA quer fazer ouvir uma voz que, apoiada nas mobilizações, defenda os interesses d@s assalariad@s contra os cortes de emprego, pela proibição das demissões, pelo partilhamento do tempo de trabalho e pelos aumentos salariais (300 euros líquidos de aumento, nenhum salário abaixo dos 1600 euros, indexação dos salários líquidos sobre os preços) e para acabar com o sofrimento no trabalho.
Uma voz que, alguns meses após a catástrofe de Fukushima, exige o fim da energia nuclear e a expropriação da EDF, GDF-Suez, Areva, Total … e sua conversão em serviço público permitindo o planejamento energético.
Uma voz pela igualdade de direitos, pela regularização de todos imigrantes sem papéis, contra todas as leis e discursos racistas, em especial a estigmatização dos ciganos e muçulmanos. Uma voz que enfrenta o Front National, que esconde o seu apoio a todos os ataques capitalistas por trás de um pseudo-social.
Uma voz que denuncia e combate firmemente a opressão das mulheres, luta contra todas as discriminações e violências que elas sofrem na esfera pública e na esfera privada. Uma voz que luta contra a discriminação sofrida por lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e transexuais.
Uma voz que não se submete ao poder das grandes empresas e bancos, que luta por uma democracia real, como exigem os Indignados da Puerta del Sol em Madri, os manifestantes gregos da Praça Syntagma e os revolucionários gregos e do mundo árabe. Uma voz que expressa a sua solidariedade com todas as lutas dos oprimidos, começando com a do povo palestino.
Uma voz para construir uma outra Europa, baseada não na concorrência, mas na solidariedade. Uma Europa dos trabalhadores e dos povos. Uma voz que se opõe às intervenções militares e econômicas do imperialismo francês.
Nas próximas eleições, vamos fazer ouvir um programa de emergência, vamos defender uma política tão fiel aos interesses dos trabalhadores, quanto a direita e a UMP, agora no governo, são aos interesses dos ricos.
Temos diante de nós uma batalha difícil e muitos obstáculos. Num primeiro momento temos que conseguir, todas e todos juntos, superar a barreira de 500 indicações de mandatários que a lei antidemocrática nos impõe. Diferenças foram expressas durante a preparação e no decurso da Conferência Nacional. Nosso partido agora deve se unir em torno das exigências fundamentais que nos unem.
Nossa campanha vai associar uma direção coletiva e porta-vozes de campanha, incluindo os nossos dois porta-vozes nacionais e Olivier Besancenot. Ele será sustentada pelo conjunto do partido. Apelamos a todos aqueles que o desejem a tomar o seu lugar no nosso combate coletivo.
Nanterre, 26 junho de 2011.
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