Bombeiros só vão sair da Alerj com reivindicações atendidas
7/6/2011 11:29, Redação, com agências - do Rio de Janeiro
Um grupo de bombeiros continua acampado na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no Centro da cidade, nesta terça-feira. Eles garantem que vão permanecer no local até que suas reivindicações sejam atendidas. Pelo menos duas patrulhas da PM fazem o policiamento no local.
Além do aumento de salário, eles querem a libertação dos 439 colegas de farda que foram presos após a invasão do Quartel Central da corporação, na noite de sexta-feira.
Os manifestantes esperam o apoio de profissionais de saúde e de educação, que deverão se juntar a eles na Alerj. Pelo menos 50 manifestantes ocupam a frente da Alerj. Barracas foram montadas no local e em uma cozinha improvisada os manifestantes preparam o almoço.
A juíza Ana Paula Pena Barros, da Auditoria Militar do Estado do Rio, que trata de crimes cometidos por bombeiros militares e policiais militares no estado, recebeu no fim da noite desta segunda-feira, a comunicação da prisão em flagrante dos 439 bombeiros que participaram da invasão do quartel central do Corpo de Bombeiros.
O subcorregedor da Polícia Militar, coronel Ronaldo Menezes entregou o pedido de prisão de todos os envolvidos. A juíza já entregou o documento para o Ministério Público, que tem prazo máximo de 20 dias para se pronunciar sobre a legalidade da prisão. Em seguida, o caso volta à juíza que deverá decidir se revoga ou mantém a prisão dos militares.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros, Nilo Guerreiro, disse que, nesta terça-feira, 13 associações de classe, que representam os bombeiros e policiais militares, ingressarão com um habeas corpus coletivo na Justiça, pedindo a soltura dos 439 bombeiros militares.
Os bombeiros militares presos estão divididos em dois grupos: a maior parte deles está dormindo no quartel do bairro de Charitas, em Niterói, e o outro grupo, em número menor, no Grupamento Especial Prisional (GEP) do Corpo de Bombeiros, em São Cristóvão, zona norte da cidade.
Os deputados estaduais divulgaram nesta segunda-feira nota em apoio aos grevistas e afirmaram que vão forçar o trancamento de pautas importantes na Assembleia Legislativa do Rio, a partir desta terça-feira. Segundo os parlamentares, eles podem, inclusive, abandonar o plenário, enquanto as negociações não forem retomadas e os bombeiros presos, libertados.
Para o deputado estadual Marcelo Freixo, o aumento salarial que os bombeiros querem já poderia ter sido concedido se o Governo do Estado não tivesse realizado tantas isenções fiscais ao logo dos últimos quatro anos. Segundo ele, entre 2007 e 2010 o governo deixou de arrecadar R$ 50 bilhões em 21 mil isenções fiscais.
Freixo também anunciou que está de posse de um laudo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que garante que os bombeiros que atuam no aeroporto Santos Dumont trabalham em condições precárias.
Também participaram da reunião com os líderes do movimento dos bombeiros, Wagner Montes (PDT), Clarissa Garotinho (PR), Paulo Ramos (PDT), Janira Rocha (PSol), Gilberto Palmares (PT0, além do deputado federal Chico Alencar(PSol).
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