sexta-feira, 1 de abril de 2011

CONDIÇÕES DE TRABALHO: Veja como o trabalhador e o cidadão que pagam impostos são tratados no DF
Do DFTV:
 

Servidores que trabalham com limpeza urbana não usam proteção adequada
Eles dizem que equipamentos de proteção não são suficientes para evitar acidentes e a segurança das pessoas que passam perto dos locais onde o serviço está sendo feito também está ameaçada.
Para o trabalho de corte de grama com trator, são obrigatórios os seguintes equipamentos: protetor auricular, abafador de som, óculos, máscara e luvas. Não há proteção para o rosto. Se houvesse, acidentes como o que aconteceu com um funcionário de uma empresa que presta serviço de corte de grama para a Novacap poderiam se evitados. O trabalhador, que pediu para não ser identificado, conta que, na semana passada, o trator que estava na frente do dele lançou um toco de árvore que o atingiu na cabeça. “Eu creio que deveria haver uma proteção melhor para o nosso rosto, porque só os óculos para os olhos é muito pouca proteção. No caso, eu vi a morte de perto naquele dia”, relembra.
Perigo não só para quem trabalha, mas para quem passa perto também. “Onde tem essas máquinas trabalhando é muito perigoso. Eu sempre oriento aos transeuntes que não se aproximem da roçadeira para que não aconteça um acidente mais grave com as pessoas, porque é muito perigoso”, conta. Quem trabalha com a roçadeira tem que usar caneleira, avental, cinto para prender a máquina, viseira para proteger o rosto, óculos, protetor auricular e luvas, mas os tratoristas não têm todos esses equipamentos. Além disso, algumas vezes, a proteção da roçadeira também está quebrada. Resultado: alguns objetos são lançados com força pela lâmina, como conta outro trabalhador que também não quer ser identificado.
“[Já acertou] no rosto das pessoas e também do operador. Já pegou pedra na perna de outro funcionário também. Pedaço de ferro que ela joga já pegou na boca de operador e furou o queixo. Ela [a máquina] joga muita pedra. Se ela estiver sem a proteção, joga pedra em cima, naquela base do teto e bate na cabeça da pessoa também. E o pessoal sabe, o supervisor sabe disso. O pessoal sai para o campo porque ele precisa do serviço”, relata.
De acordo com Esmeralda Oliveira, técnica de segurança do trabalho de uma das empresas prestadoras de serviço do GDF, os equipamentos de segurança entregues aos trabalhadores estão dentro do que prevê a legislação. Mas ela não descarta a possibilidade de que outros itens façam parte da lista. “Eles são orientados. Se acontecer de quebrar alguma coisa na máquina, qualquer coisa diferente, eles têm que nos comunicar. E essa máquina tem que ser removida da empresa, eles não podem trabalhar assim”, explica.
Na avaliação da especialista em saúde Anadergh Barbosa, as empresas devem sempre considerar que os equipamentos de segurança exigidos pela lei devem ser o mínimo a ser oferecido ao trabalhador. “Normalmente as empresas pensam que o importante é cumprir a legislação que é o mínimo. O que tem que ser cumprido é: avaliar o risco e se existe ele tem que ser minimizado e se possível evitado ao máximo”, fala.
A Novacap diz que a responsabilidade por orientar e fornecer os equipamentos de segurança aos funcionários é das empresas terceirizadas: GHF, Danluz e Multiserv Atlântica.
A Danluz e a GHF informaram que todos os funcionários passam por treinamento, que fornecem os equipamentos e insistem para que eles os usem.
A Danluz admitiu, no entanto, que alguns funcionários deixam de usar por acharem os equipamentos incômodos e que, para melhor o conforto dos trabalhadores, avalia constantemente os equipamentos de proteção individual.
Quanto ao uso de viseiras para quem trabalha com tratores, as duas empresas disseram que vão avaliar e prometeram reforçar a segurança das máquinas.
Já a Mulstiserv Atlântica não foi localizada para comentar a reportagem.
Lívia Veiga / Luiz Ródnei
Veja o vídeo.

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