Carta Aberta a toda UnB,
Do Movimento pela Preservação da Casa do Estudante
Nós moradores da Casa do Estudante (CEU) estamos propondo a reforma de um bloco, depois do outro bloco, uma reforma por etapas, enquanto a Reitoria está propondo a reforma dos dois blocos da CEU de uma vez.
Não somos um movimento de “resistência”, como está dizendo a Reitoria em sua página de Notícias Oficiais, se você entender resistência como falta de diálogo, ou incapacidade de rever e mudar nossas próprias posições. Acontece que a Reitoria não nos convenceu que não temos razão, pelo contrário, quanto mais buscamos entender essa história toda, mais percebemos que existem “coisas mal explicadas” inaceitáveis.
Por exemplo, você sabia que a UnB tem dinheiro desde 2008, desde três longos anos atrás, para construir moradia para 600 estudantes pobres da universidade? Seriam esses “prédios de quadra 400”, do Plano Piloto, com três andares cada. Quase uma Quadra de Estudantes. Onde estão escondidos esses prédios? Só se a UnB fez as construções e não contou para ninguém...
A UnB prejudicou mesmo 600 dos seus estudantes, isso é bem claro, fora de dúvida. Esses 600 estudantes poderiam estar morando agora no Campus Darcy Ribeiro.
O que é importante não é a reforma de um prédio, o que é importante e indispensável é a UTILIZAÇÃO de um prédio. Estamos propondo que metade da capacidade da CEU atual seja utilizada, que o prédio esteja “cheio”, mas não superlotado; e que a outra metade seja aprimorada ou reformada. Simples, viável, e pode ser feito já, a reforma pode começar agora com a nossa proposta, se pudermos mudar, com garantia de moradia oficial, para apenas um dos prédios.
Todos sabemos os muitos problemas com reforma que existem na UnB.
O Restaurante Universitário (R.U.) ficou uns dez meses “em reforma”, qual foi o resultado? O atendimento está péssimo no Restaurante; as catracas eletrônicas não funcionam; as Caldeiras (principal mecanismo de preparação dos alimentos) não foram trocadas. Depois dessa ótima reforma, já foi feita uma pequena reforma no R.U., e as Caldeiras velhas e prestes a explodir ainda estão lá, colocando em risco os funcionários, e outras pessoas.
Só por este exemplo, como acreditar que a Reitoria planeja e executa bem suas obras para a Universidade?
Estamos colecionando histórias de reformas com problemas, ou muitos problemas, no Campus Darcy Ribeiro, e nos outros Campi, como o Campus do Atraso de Vários Anos Gama.
Mas também buscamos histórias de fora da universidade. Um caso interessante é o da Reforma da Casa do Estudante de Pernambuco. Lá aconteceu quase todos os problemas que uma reforma de casa do estudante pode ter. Prédio atrasado, prédio reformado de péssima qualidade e, o pior de todos, prédio desocupado faz um ano e a reforma nem começou. Todos saíram, como querem que aconteça na CEU-UnB, e não foi feita reforma!
Existem outros problemas que precisamos contar para toda UnB, não só sobre reforma, mas também de Assistência Estudantil, mas é melhor mostrar só mais um ponto, para o texto não ficar muito longo.
A Casa do Estudante da UnB teve coragem de sozinha ocupar a Reitoria logo no começo da Gestão do Magnífico Reitor José Geraldo de Souza Júnior. Só saíram de lá, do Salão de Atos, esses bravos moradores estudantes de baixa renda, com um Termo de Compromisso firmado pelo Magnífico Reitor para a Assistência Estudantil.
Agora a valorosa Casa Estudante da UnB luta para continuar existindo. Seus moradores são ameaçados com “medidas administrativas e, se for o caso, a medidas legais”: “(...) os resistentes podem perder o direito à assistência estudantil definitivamente.”1 Na prática, significa que poderemos tudo.
Você lutaria contra uma Instituição que pode te deixar sem dinheiro, sem comida, sem estudos, talvez processado (a) e, principalmente, sem ter onde morar?
Nós lutamos, e vamos vencer.
Movimento Fica-CEU
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