terça-feira, 17 de maio de 2011

O FMI, a dívida e o agressor sexual, Diretor-Gerente do FMI
De Auditoria da dívida: auditoriacidada@terra.com.br
Os jornais noticiam a prisão do Diretor-Gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, sob a acusação de agressão sexual, cárcere privado e tentativa de estupro de uma camareira de um hotel de luxo em Nova Iorque, cuja diária custa 3 mil dólares. O Diretor-Gerente foi detido pela polícia na primeira classe de um vôo para Paris.
Além de mostrar o estilo de vida dos dirigentes desta instituição – hotéis de luxo, viagens em primeira classe – este fato é bastante ilustrativo de como se comporta historicamente o Fundo Monetário Internacional com os países a serem “ajudados”: violação sistemática e continuada dos direitos humanos para privilegiar os rentistas.
Kahn tem sido o principal articulador dos pacotes de “ajuda” a países da Europa, sob a justificativa de “salvar” estes países, mas que na realidade, impõem medidas nefastas para os trabalhadores, como cortes de gastos sociais, reformas da previdência e privatizações, tudo para permitir a continuidade do pagamento de uma questionável dívida, feita em grande parte para salvar bancos falidos. 
Enquanto isso, no Brasil, os jornais mostram que os estados e municípios se articulam para tentar renegociar as também questionáveis dívidas com a União, que crescem aceleradamente devido às altíssimas taxas de juros, de 6% a 9% ao ano mais a inflação medida pelo IGP-DI, que atingiu 11,3% em 2010. Os estados podem incluir esta reivindicação nas negociações sobre a Reforma Tributária.
Segundo o jornal Estado de São Paulo:
“A cidade de São Paulo é um exemplo de dívida galopante. Em 2002, quando assinou o contrato de refinanciamento com o Tesouro Nacional, a Prefeitura devia R$ 10 bilhões. Hoje, após pagar R$ 13 bilhões, o município tem um passivo de R$ 44 bilhões.”
Alguns entrevistados defendem esta renegociação com o governo federal, alegando que na época a Taxa Selic – que orientava as taxas que os estados pagavam ao setor financeiro – era bem maior que a taxa cobrada pelo Tesouro Nacional, que assumiu as dívidas dos estados.
Porém, cabe comentar que a Taxa Selic é definida pelo próprio governo federal, sendo a maior taxa de juros do mundo, não podendo servir de parâmetro para avaliar a operação. Importante também relembrar que o Relatório Final da CPI da Dívida recentemente concluída na Câmara dos Deputados – aprovado pela própria base do governo e pelo PSDB - reconheceu que o IGP-DI se mostrou volátil e causou custo excessivo aos entes federados.

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