quinta-feira, 31 de março de 2011

Amapá pode ser “locomotiva” do bloco solidário entre Amazônia e sul da Venezuela
Por Márcia Corrêa, Assessora de imprensa, em Correa Neto:

Um bloco solidário de desenvolvimento entre o norte do Brasil e o sul da Venezuela foi a proposta central surgida com a visita do embaixador Maximilien Arvelaiz. A expressão “o Amapá pode ser a locomotiva desse bloco” foi utilizada pelo embaixador, que esteve em Macapá no último final de semana, a convite do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e do vereador Clecio Luís (PSOL-AP). Dos encontros com o governador Camilo Capiberibe (PSB-AP), com lideranças empresariais e a sociedade civil surgiram diversas possibilidades de negócios e prestação de serviços bilaterais.Camilo Capiberibe enviou convite para que o presidente Hugo Chávez visite o Amapá em abril. Chávez virá ao Brasil para encontro com a presidenta Dilma Roussef. Na ocasião, a embaixada venezuelana deverá propor uma reunião do presidente da Venezuela com governadores da Amazônia. Será a ampliação do debate sobre o bloco de desenvolvimento solidário.
A Venezuela, que importa cerca de 70% dos alimentos que consome, quer comprar búfalos do Amapá. Mas, sinaliza para a vinda de técnicos de governo e comitiva empresarial para estudar a ampliação das possibilidades para outros produtos. O Amapá se interessa por fertilizantes venezuelanos, cimento e insumos para a produção de asfalto. Os derivados do petróleo são mais baratos naquele país em função de sua auto-suficiência nessa matéria-prima.
Líderes empresariais receberam com entusiasmo a visita do embaixador . Ladislau Monte, presidente da Federação do Comércio, disse que a iniciativa do senador Randolfe “é muito importante para abrir caminhos para o desenvolvimento do Amapá”. A Fecomercio organizou o almoço com o setor em parceria com o mandato de Randolfe. Jaime Nunes, presidente do Conselho da Câmara de Dirigentes Lojistas, propôs que uma comitiva de empresários amapaenses vá a Caracas. “Vamos verificar o que podemos exportar e ao mesmo tempo importar, que vá trazer benefícios à nossa população, barateando preços e dando acessibilidade a produtos que ainda não temos aqui”, disse Jaime.
Iraçu Colares, presidente da Federação da Agricultura, viu com entusiasmo a possibilidade prioritária de mercado no setor que lidera. Ponderou que a visita do embaixador poderá acelerar o processo de organização e certificação da produção de búfalos, para tornar os rebanhos aptos para exportação. Pediu apoio político do senador Randolfenesse processo junto ao Ministério da Agricultura. Ao estado reivindica melhor aparelhamento do Departamento de Inspeção Agropecuária.
Além dos produtos que geram impacto na economia, a cultura e a saúde entraram na pauta da visita de Arvelaiz. O projeto “Milagro”, que erradicou a catarata na Venezuela, foi apresentado por ele como sugestão de cooperação bilateral. O país poderá enviar missões de médicos e técnicos especializados para realizar as cirurgias, ou, aviões da Força Aérea Venezuelana poderão vir ao Amapá transportar pacientes e acompanhantes para Caracas, onde seriam realizados os tratamentos.
No aspecto cultural, após conhecer a manifestação popular do Marabaixo, o embaixador se comprometeu com a comunidade do Curiaú de trazer, em novembro próximo, um grupo de tambores venezuelanos para se apresentar na Semana da Consciência Negra em Macapá. Acompanhado do assessor para assuntos de comércio exterior, Efrain Martin, o embaixador ensaiou passos da dança afro, tentou aprender a tocar a caixa (tambor) e provou a gengibirra. Tia Chiquinha, a líder da comunidade, o recebeu de braços abertos.

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