Arruda admite que é corrupto e deu dinheiro a políticos do DEM e outras legendas, como Cristovam Buarque, do PDT
Será que isso explica por que Cristovam, como senador do DF, não subiu nenhuma vez a púlpito no Senado para criticar o então governador José Roberto Arruda em todo o processo do Fora Arruda?
Do DFTV:
Arruda declarou, em entrevista à revista Veja, que é corrupto e diz que deu dinheiro a políticos do partido Democratas e de outras legendas.
A entrevista está na edição eletrônica da revista Veja. Nela, o ex-governador José Roberto Arruda se admite corrupto e diz que jogou o jogo da política brasileira e que empresas e lobistas ajudam nas campanhas para terem facilidades em contratos.
Arruda afirma que ajudou políticos do DEM de todos os estados e que tudo era feito com o aval do então presidente do partido, deputado Rodrigo Maia e só ele poderia dizer se o dinheiro repassado era declarado. Ele ainda diz ter ajudado o atual presidente do DEM, senador Agripinio Maia, o líder do partido no senado, Demóstenes Torres, além do deputado ACM Neto.
Segundo Arruda, o deputado Ronaldo Caiado, de Goiás, apresentou-lhe um empresário do setor de transportes que queria linhas em Brasília, mas não esclarece se ajudou. Em outro ponto da entrevista, o ex-governador afirma que teria ajudado o senador Cristovam Buarque, do PDT, no pagamento de dívidas na campanha presidencial de 2006.
José Roberto Arruda também diz que deu dinheiro para as campanhas da prefeita de Natal-RN, Micarla de Souza, do PV e do ex-senador Marco Maciel do DEM. O ex-governador revela ainda que o PT de Goiás também teria sido beneficiado em troca de apoio no entorno de Brasília e que sempre ajudava o PSDB quando o presidente da legenda Sérgio Guerra e Eduardo Jorge pediam.
Arruda está afastado da vida pública desde o início do ano passado, quando teve o mandato cassado pela Justiça eleitoral por infidelidade partidária. Na época ele deixou o partido, o Democratas (DEM), para não ser expulso. Depois de ter sido preso, suspeito de chefiar um esquema de corrupção no GDF.
Tudo começou com a divulgação de um vídeo, de 2006, em que Arruda recebe dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM de Brasília. O ex-governador foi indiciado pela Polícia Federal. O caso está no Ministério Público Federal, que pode ou não denuncia-lo à Justiça.
O deputado Ronaldo Caiado disse que as declarações de Arruda são mentirosas. Mas confirma que esteve com o ex-governador e outros 15 empresários para tratar de questões do transporte no entorno.
Em nota, o também deputado ACM Neto explicou que Arruda guarda ódio e rancor de quem ajudou a expulsá-lo do Democratas. Ele nega que tenha recebido ajuda do ex-governador no financiamento de campanha.
O deputado Rodrigo Maia alega que todas as doações foram feitas de forma legal para o Democratas e, de acordo com ele, está tudo registrado na contabilidade do partido e à disposição do TSE.
O senador José Agripino Maia afirma que são declarações infundadas de uma pessoa magoada por ter sido expulsa do partido. O senador Demóstenes Torres afirmou que as declarações de Arruda são uma história sem pé nem cabeça e que vai processá-lo judicialmente.
O senador Cristovam Buarque nega que tenha recebido ajuda do ex-governador Arruda. Ele confirma que saiu endividado da campanha de 2006. Mas essas dívidas teriam sido perdoadas pelos credores, por isso não aparecem na prestação de contas do TSE.
O senador Sérgio Guerra disse que nunca pediu e nunca recebeu qualquer contribuição do ex-governador para o PSDB.
O secretário-geral do PSDB, Eduardo Jorge, disse que o partido recebeu contribuição legal , declarada ao TSE.
O diretório do PT Goiás não quis comentar a entrevista. A prefeita de Natal-RN, Micarla de Souza, e o ex-senador Marco Maciel (DEM) não foram encontrados.
A editora Abril, que publica a revista Veja, não quis comentar o assunto.
O advogado de Arruda, Nélio Machado, afirmou que a entrevista desagradou ao ex-governador porque está fora de contexto. De acordo com ele, ela foi dada em setembro do ano passado. O advogado acusa a revista de pinçar trechos da entrevista de forma ardilosa num momento em que o partido Democratas passa por uma crise.
Leonardo Ribbeiro
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