A greve continua
Neste um ano e meio de atividade, as linhas 620 e 627 foram entregues ao Grupo Amaral. E foram adquiridas pela Coopatram as linhas 643, 643.1, 643.2, 650, 650.2 e 618. Foram praticamente extintas pela Coopatram as linhas 616.4, 618, 616.5, 643.2 (sem aviso algum aos passageiros, quando alegaram poucos passageiros; engraçado: sempre tiveram passageiros, mas só com a COOPATRAM não "havia lucro"). A Coopatram não estava nem ao menos cumprindo os horários?
Protesto da greve anterior
Ainda assim, não satisfeitos, e com apenas 80 (oitenta) ônibus sem aumentarem a frota, adquiriram no Plano Piloto as linhas 104.1, 104.2, 104.3, 107.1, 107.2, 108.9, dentre outras as ligação Asa norte/Sul, Lago Sul, Sudoeste.O número de pessoas que são atendidas apenas nas linhas do Arapoanga e Vale do Amanhecer, que dependem exclusivamente da Coopatram, é de cerca de 75 mil usuários diários do transporte coletivo, ou seja da Coopatram. Isso sem citar o centro de Planaltina-DF, porque possui o Grupo Amaral e a São José. Se isso for contado, seriam mais de 80 mil pessoas. Agora pergunta-se: porque para um transporte essencial como este não existe lei da oferta e da procura? Concorrência é uma realidade ou ficção? Como a um preço de R$ 3,00 por cabeça não há dinheiro para pagar os funcionários? Por que retirar veículos que atendem a demanda do trabalhador que precisa? 80 veículos nunca atenderiam de forma correta as linhas inicialmente adquiridas, e ainda colocar no Plano Piloto, onde há outras empresas e a demanda de passageiros é muito menor e uma passagem a R$2,00? Por que o povo que mora distante é submetido a tanto sacrifício e o do Plano Piloto não?
Conclusão: não existe gestão, em quase dois anos perdeu-se a conta de quantas diretorias se passaram por esta empresa e nada foi arrumado, somente escândalos de desvio de dinheiro e colaboradores sem salário, prestações dos veículos atrasadas. Não adianda prometer mudança de diretoria que não funciona! Os funcionários ainda não possuem conta em banco, recebem as vezes sacos de moedas na garagem da empresa como pagamento e quando recebem. De acordo com os trabalhadores da cooperativa, eles não recebem há três meses e, desde o ano passado, a empresa não paga o FGTS, o INSS e os valores repassados ao sindicato, apesar de descontá-los dos funcionários.
Nós moradores dos bairros Arapoanga e Vale do Amanhecer estamos em estado de emergência, na situação calamitosa em que vivemos, onde apenas vivemos este caos. Sabemos o desespero todos os meses, que esta empresa para de operar por irresponsabilidade de sua administração. A ida e a volta para casa se tornam uma causa desumana e injusta para trabalhadores que querem sustentar sua família.
Passageiros desesperados
Partindo deste princípio, exponho que a formalização do processo de dispensa de licitação está submetida ao art. 26 da Lei nº 8.666/93 que determina:
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e nos incisos III a XXIV do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º, deverão ser comunicado dentro de três dias a autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos. O parágrafo único do mesmo artigo dispõe:
Parágrafo único. O processo de dispensa de licitação, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I – caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II- razão da escolha do fornecedor ou executante;
III-justificativa do preço;
IV-documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
(...)
Portanto, segundo o administrativista Jacoby: “dispensável é a licitação que pode deixar de ser promovida pelo agente administrativo em função do que melhor atender ao interesse público”. Segundo o inciso I do Parágrafo único do Artigo 26 da Lei 8.666/93, é aceita a dispensa de licitação em caráter de urgência, emergência e situação calamitosa, que atenda o INTERESSE PÚBLICO. Voltando ao nosso contexto um ônibus com capacidade para 80 passageiros, que transporta mas de 120 passagerios é mais do que uma situação emergencial, é uma situação desumana.
O apelo dos moradores afetados pela Coopatram, que se coloquem mais duas empresas para sanar este problema, onde não há necessidade de abrir processo licitatório, pois não podemos esperar. Hoje prometem pagar os salários, os funcionários podem voltar ao trabalho, mas o serviço continua ruim, amanhã não cumprem com a promessa e voltamos a ficar sem nada, ou seja, nem com o ruim. Temos então que nos contentar com o transporte ruim, pagando a passagem mais cara do país e rezando para usufruir do transporte ruim: É JUSTO EM PLENA CAPITAL FEDERAL?
Já que o Governo alega não poder adentrar na briga entre patrões e empregados, resolva pelo menos o problema da população. Do jeito que está não podemos ficar, as empresas que operam durante a greve estão retirando carros de linhas de todo o DF, hoje mesmo vi duplas que trabalham em TAGUATINGA. Assim sendo, não se torna um problema apenas de dois bairros de Planaltina, mas um efeito dominó, ou seja, do Distrito Federal inteiro.
Apenas destinando outra empresa para operar juntamente com esta cooperativa, a empresa selecionada pode comprar veículos novos e contratar funcionários para nos atender, do contrário, tapará um buraco descobrindo outro. CONCORRÊNCIA JÁ! SOLUÇÃO IMEDIATA!
Funcionários da Coopatram continuam em greve nesta segunda - Fonte: Correio
Publicação: 14/03/2011 12:45 Atualização: 14/03/2011 12:45
Os 350 funcionários da Cooperativa dos Profissionais Autônomos de Transporte de Samambaia (Coopatram) continuam de braços cruzados nesta segunda-feira (14/3). A categoria decretou greve na última sexta-feira (11/3) por conta dos salários atrasados. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Jorge Farias, a categoria está sem receber desde dezembro.
Por enquanto, não há expectativa de retorno dos trabalhos. Segundo o Sindicato, os patrões alegam não ter dinheiro para garantir o pagamento dos funcionários. "Pelo menos hoje não tem previsão de voltarmos. Queremos resolver isso de imediato. Assim que acertarem os salários atrasados voltamos na hora", garante Jorge Farias.
Com a paralisação, os 80 ônibus da cooperativa, que fazem trajetos de Planaltina/Arapoanga - Plano Piloto, ficam sem rodar pela região. Para evitar mais prejuízos a população, o Transporte Urbano (DFTrans) deslocou 44 ônibus para trafegar em Planaltina.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/03/14/interna_cidadesdf,242535/funcionarios-da-coopatram-continuam-em-greve-nesta-segunda.shtml, acesso em 14/03/2011, às 21:30hs.
Por Tatyana Luz, administradora e moradora do Arapoangas, em Planaltina.
É muito importante explorar as contradições, como no seu caso: por que atendem melhor agora? o que está acontecendo? A contradição é mãe da revolução. É delas que surgem as mudanças de verdade.
ResponderExcluirO Sindicato dos Rodoviários é um dos mais politizados, isso liga-se a realidade cotidiana deles em contato diuturno com o povo. Nós do PSOL em uma frente com setores de esquerda quase vencemos as eleições dos Rodoviários, chegando a 40%. Na campanha eleitoral do GDF estivemos várias vezes na Rodoviária e conheci líderes, como o Adelmar, que é 100% PSOL.
É muito rica a sua observação sobre a mídia. Eles não estão nem aí para o trabalhador. Sabem quando eles aparecem? Quando tem violência. É a única linguagem que a mídia burguesa entende. E pra que? Para falar que o povo "não tem controle", que desobedece. Está na matéria do Correio sobre as UPAs. Não é isso que eles falam do cidadão-trabalhador, que está querendo que se cumpra seu direito, garantido pela Constituição? A lição é que nem na República, onde se cumprem as leis chegamos, mesmo que se diga que em 1889 ela foi proclamada... O povo tem que se organizar para lutar pelo que foi falado há mais de 120 anos: o cumprimento da lei!
Com certeza Marcelo!
ResponderExcluirAtualmente mesmo operando com ônibus retirados de outras localidades, temos mais ônibus do que quando a COOPATRAM opera normalmente. Qual motivo?
- Salários atrasados, os funcionários não cumprem horários.
- Ela já detêm as linhas, quanto menos ônibus e mais cheio, maior sua lucratividade e menor o custo. No caso da VIPLAN, ônibus depreciado e lotado igual a lucratividade com custo quase nenhum.
- As empresas que querem as linhas, mostram serviço, porém quando ganharem e se ficarem em monopólio como a COOPATRAM, o serviço será péssimo do mesmo jeito.
Enfim, cabe a população cobrar e exigir seus direitos, afinal é um saviço caro e com nenhuma qualidade.
Grata pela força,
Adm. Tatyana Luz