sexta-feira, 18 de março de 2011

O TRABALHO nosso de cada dia!

  De W. A. R.
A palavra trabalhar vem do Latim tripalium (três paus), um instrumento de tortura romano onde se imobilizava os escravos e os inimigos do império. De tripalium derivou inicialmente tripaliare, “torturar” e , posteriormente, a trebajo: esforço, sofrimento, sacrifício, etc.. Finalmente, de trebajo evoluiu para trabalho, atividade central da atual sociedade, uma atividade torturante que nos nega a plena felicidade.

Na antiga Grécia o trabalho era reservado aos escravos, cabendo aos nobres gregos dedicar-se a política, as artes, aos esportes, etc. A igreja, principal aliada da burguesia, conseguiu modificar o sentido histórico do trabalho, transformando-o em virtude:



- Quem cedo madruga, Deus Ajuda!

- O trabalho enobrece o Homem!

- Ganharás o pão com o suor de seu esforço!

- Bem dito seja o Trabalho! Damos graças ao Senhor!



Adam Smith, o grande teórico da burguesa, é muito  explícito quando define trabalho como uma atividade que exige do trabalhador a renúncia "da sua tranquilidade, liberdade e felicidade". O salário, por sua vez, de acordo com Smith, é a recompensa que o trabalhador recebe pelo seu sacrifício. Como é totalmente diferente a perspectiva marxista!
Uma coisa temos que admitir: o respeito que Marx tinha por Ricardo era inversamente proporcional a Smith, chegando ao ponto de desprezá-lo:

"O teu trabalho será medido pelo suor do teu rosto"! Era a maldição de Jeová sobre Adão. E isto é o trabalho para Smith, uma maldição. A propósito, Adam Smith só tinha em mente os escravos do capital.” Marx



Segundo MARX, " o trabalho revela o modo como o homem lida com a natureza, o processo de produção pelo qual ele sustenta a sua vida e, assim, põe a nu o modo de formação de suas relações sociais e das idéias que fluem destas". Desta forma, o trabalho é o centro das atividades especificamente humanas. Sob essa ótica, os homens relacionam-se com a natureza por intermédio do trabalho.


Para Marx, o objectivo primeiro do socialismo seria eliminar as misérias do trabalho e do modo de vida surgidos do capitalismo. Numa fase mais avançada da sociedade comunista, depois da subordinação escravizante dos indivíduos à divisão do trabalho, e com isso também o fim da antítese entre trabalho mental e o físico, depois do trabalho ter se tornado, não apenas um meio para viver, mas uma necessidade primária da vida, depois de as forças produtivas terem aumentado com todo a envolvente de desenvolvimento do indivíduo, e depois de todas as nascentes de riqueza cooperativa fluírem mais abundantemente – só então se pode abandonar completamente o estreito horizonte do direito burguês, e a sociedade inscrever finalmente nas suas bandeiras: de cada um de acordo com as suas capacidades, para cada um de acordo com as suas necessidades.

Bsb, 17/03/2011

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