Teoria e práxis para o amanhecer de um novo tempo
Frederico Henriques
Com os olhos e coração apontados para a Praça Tahrir no Egito, o MES-SP organizou nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro no interior paulista a Escola de Quadros – Revolução Egípcia. Pedro Fuentes, Secretário de Relações Internacionais do PSOL, e Israel Dutra, Diretório Nacional do PSOL, foram os responsáveis por conduzir os quadros da corrente através de clássicos do marxismo a fim de entender a nova situação mundial.
Além dos jovens quadros de São Paulo, Capital, Campinas, São Bernardo do Campo e São Carlos, estiveram participação decisiva no curso 10 militantes da regional Rio de Janeiro, 6 de Brasília, 4 do Rio Grande do Sul, uma companheira de Minas Gerais e outro do Pará. Dentre os objetivos desta escola estava o de criar uma maior homogeneidade teórica nos quadros da corrente, além de possibilitar a troca de experiências de militância e organização, e incentivar a realização desse curso aos outros militantes da corrente e nas outras regionais.
O primeiro dia foi dedicado ao estudo da maior revolução do século XXI, a Revolução Russa de 1917. Com o objetivo de compreender importantes conceitos do marxismo como revolução democrática, desenvolvimento desigual e combinado, duplo poder, revolução permanente, a estratégia leninista de construção do partido. Além da brilhante exposição de Israel Dutra no período da manhã, foi realizado durante toda a tarde estudo em grupos com a cartilha do MES sobre a Revolução Russa, escrita por Bernardo Correa, lançada em comemoração aos 90 anos desta revolução. O fim do dia é dado pela socialização das discussões de grupo numa grande plenária.
Em baixo de um belo sol, o segundo dia é aberto com a exposição de Pedro Fuentes sobre a Revolução Chinesa e um dos principais trabalhos de Trotsky, a Revolução Permanente. O trabalho em grupo foi realizado com os textos de Trotsky, Moreno e Robaina, com o objetivo de estudar, rever e observar as atualidades da Revolução Permanente e a importância do Internacionalismo. Além de socializar as discussões dos grupos, Fuentes destacou a importância de se atentar para a dinâmica da luta de classes, as tarefas democráticas e o internacionalismo em nossos dias. Ao final Fuentes expôs aspectos importantes do programa de transição.
O último dia fechou com a discussão sobre a Revolução Árabe. Os dois cursistas abriram o dia expondo sobre o processo revolucionário mais dinâmico dos últimos anos. Conceitos como a revoluções democráticas, a revolução permanente, o desenvolvimento desigual e combinado e a idéia do internacionalismo, que foram estudados nos outros dias serviram de base para analisar a Revolução Democrática em andamento no Mundo Árabe. A luta do povo nestes países completou mais um pilar da nova situação mundial, composta pela crise econômica, que se agudizou desde 2008, as guerras imperialistas no oriente médio, o enfraquecimento do poder Norte-Americano e, especialmente, o da Europa, ascensão da China como potência mundial e agora a disseminação dessas Revoluções em ditaduras ligadas ao imperialismo.
O fechamento do curso foi o apontamento das novas tarefas para esta situação mundial. A necessidade da construção de uma nova organização internacional que seja capaz de organizar um conjunto de organizações socialistas para agregar e dar respostas para o novo período histórico, o contato com partidos irmãos que são similares ao PSOL, e a questão agora concreta do seguimento da revolução árabe são as tarefa internacionalista mais importante do PSOL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.