52º Congresso da UNE: Juntos somos fortes
Por Rodolfo Mohr, em Rodomundo
Foto: Guilherme Prado
Em alguns dias lançaremos um balanço mais global da intervenção do Juntos no 52º CONUNE. Por ora, algumas impressões.
A unidade da esquerda no Congresso foi fundamental. Vínhamos de dois anos de desconfianças e nenhuma intervenção nacional comum. Éramos uma federação de coletivos nacionais que aqui e acolá constituíam lutas regionais. Vejo como possível, além de obviamente necessário, que construamos uma intervenção nacional da Oposição de Esquerda da UNE. Queremos um verdadeiro Bloco de Esquerda. Que interaja e construa política nacional em conjunta. A nossa unidade dos indignados foi um ponto alto.
O Juntos foi a surpresa do Conune, alguns nos olhavam como se fôssemos a zebra. Fizemos um duro trabalho de enraizamento e expansão nas Universidades brasileiras. Ainda é o começo. O I Encontro Nacional do Juntos foi ao mesmo tempo, chegada e partida, como bem definiu o Israel Dutra. A conquista de três vagas na Executiva da UNE foi um triunfo para Oposição. Ao olhar desatento 3 cadeiras das 17 ne Executiva parece pouco. Ainda o é pela perspectiva de direção global da UNE. Mas avançamos um posto mais na nossa inserção e representatividade nacional. E o Juntos teve grande participação nesse crescimento, sendo o terceiro movimento mais votado da chapa da Oposição.
Os estudantes brasileiros que estão preocupados com a construção de um país mais justo socialmente não tem na diretoria da UNE a sua representação efetiva. Precisamos suar ainda mais a camiseta para diminuir esta distorção.
No mais, fica a sensação de um Congresso histórico. A marca mais significativa foi o momento de libertação feminista da bancada da Oposição de Esquerda. Mulheres e homens tiraram a camiseta juntos, em ação que nos iguala como agentes da transformação, sem anular nossas diferenças essenciais.
Deste Congresso da UNE saímos vigorosamente mais fortes e convencidos da necessidade do movimento estudantil ser parte da construção de um projeto de país. Não basta a especificidade de nossas faculdades. Elas só fazem sentido quando ligadas a um projeto global de educação e de país. Lutamos por mais professores, mais verba, mais técnico-administrativos, mais insumos, mais laboratórios e livros, novas e maiores bibliotecas, computadores e classes novas. Tudo isso porque acreditamos que a educação é emancipadora, eleva aos céus o pensamento crítico e transformador. A defesa da educação fora de um projeto de transformação é inócua e demagógica.
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