quarta-feira, 20 de julho de 2011

Servidores pagam a conta do ajuste fiscal
Por Auditoria Cidadã da Dívida
O Jornal Correio Braziliense traz em manchete de capa que os servidores públicos ficarão sem reajuste em 2012, pois o governo está “preocupado em cumprir a meta de ajuste fiscal”. Desta forma, o ano que vem será o segundo no qual o governo já implementa na prática o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 549/2009, que propõe congelar o salário dos servidores por 10 anos. Em 2011, o valor previsto para a folha de pessoal já está inferior ao teto previsto pelo PLP, equivalente ao gasto no ano anterior mais a inflação (IPCA) mais 2,5%. 
O governo argumenta que não pode dar reajuste pois teria de cobrir o dito “déficit” da Previdência em 2012, que cresceria devido ao reajuste de 14% no salário mínimo, que impacta as aposentadorias. Porém, cabe comentar que a Previdência está inserida na Seguridade Social, que apresentou superávit gigantesco de R$ 58 bilhões em 2010. Na realidade, o verdadeiro rombo das contas públicas não é a Previdência, nem os servidores, mas sim a dívida pública, que consumiu 45% do Orçamento Geral da União no ano passado.
Boa parte da dívida “interna” – que paga as maiores taxas de juros do mundo - foi feita para financiar a compra de dólares para as reservas internacionais, que são aplicadas principalmente em títulos do Tesouro dos EUA, com rendimento baixíssimo e até negativo, visto que o dólar tem se desvalorizado frente ao real. Agora, a grande imprensa começa a denunciar também o fato de que as aplicações em títulos do Tesouro dos EUA não são tão seguras, e caso haja um não-pagamento da dívida pelo governo estadunidense, o Brasil ficará com este “mico”.
Ou seja: enquanto os servidores públicos ficam sem reajuste, sob a justificativa de falta de recursos, o governo contrai dívida de centenas de bilhões de dólares para a compra de papéis que podem virar pó.

GOVERNO NEGA AUMENTO DE R$ 40 BI A SERVIDORES
NÃO AO AUMENTO DE R$ 40 BILHÕES
Autor(es): » Cristiane Bonfanti
Correio Braziliense - 19/07/2011

Brasil é o quarto maior investidor em títulos americanos e tem 30,9% mais que há um ano
O Globo, 19/7/2011

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