quarta-feira, 6 de julho de 2011

BOLETIM FUNDAÇÃO LAURO CAMPOS - Uma nova sociedade ou um tsunami social-ecológico?
Fundação Lauro Campos - Socialismo e Liberdade
Para entrar em contato, escreva para fundacao@socialismo.org.br


Dívida pública e Superávit primário: as minhocas do desenvolvimento brasileiro
Randolfe Rodrigues
Em seu artigo na página da Revista Veja na internet, de 27/6/2011, o colunista Ricardo Setti alega que a minha emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2012, pleiteando o fim do superávit primário, seria um projeto "estapafúrdio, próximo do ridículo", e ainda pede que eu "tenha juízo, e não minhoca na cabeça!". Porém, é preciso esclarecer que minha emenda foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para ser apresentada à Comissão de Orçamento, ou seja, já é um projeto de toda a CCJ, e não só meu. Além do mais, para garantir o pagamento da questionável dívida pública e o cumprimento da meta de "superávit primário", as pessoas morrem nas filas dos hospitais, se apertam em ônibus que mais parecem latas de sardinha, sofrem com a má qualidade do ensino público, esperam indefinidamente pela garantia do direito de acesso a terra, etc.
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O "Socialismo dos Ricos", ou "O Polulismo"
Milton Temer
Deu na primeira página do "Valor Econômico", um dos espaços de mídia onde se encontra jornalismo de qualidade. Abilio Diniz vai atrás de R$ 3,9 bi do BNDES, para uma operação de fusão Pão de Açucar-Carrefour, onde não entrará com UM TOSTÃO, mas passará a controlar 32,2% das vendas do varejo nacional. Sem colocar um tostão do seu bolso, vale repetir.
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A encalacrada do Cabral
Léo Lince
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, bordejou a morte na tragédia de Trancoso. Vidas inocentes ceifadas, perda de amigos, o risco de estar ele próprio no helicóptero que caiu, são acontecimentos capazes de provocar abalo até no mais insensível dos mortais. Apesar de tantos abalos, a maior preocupação do governador, a julgar pelas providências tomadas após o fato lutuoso, foi com a própria sobrevivência política.
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Miséria humana e roubalheira política sustentam o Poder
Heloísa Helena
O simbolismo das datas – ao longo da história da humanidade - auxilia a todos nós a refletir sobre acontecimentos diversos e assim poder comemorar em alegria exuberante as conquistas ou chorar em melancolia e tristeza profunda as perdas ou criticar com veemência as omissões e cumplicidades que destroem a dignidade humana ou simplesmente preferir nem conhecimento delas tomar e ponto!
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Maracanã, adeus
Eliomar Coelho
A paisagem carioca de tempos em tempos sofre mudanças radicais por conta da interferência do poder público, sempre levadas a cabo em nome da modernização. Foi assim com o do Morro do Castelo, em 1921, derrubado por jatos de areia, sob o pretexto de que atrapalhava a ventilação da cidade. Da mesma forma, em nome do progresso, o prefeito Pereira Passos, em 1904, derrubou milhares de casas coloniais e cortiços no Centro, expulsando a população para a periferia, no que ficou conhecido como "bota-abaixo". A justificativa na época era de que o Rio deveria "civilizar-se" e se transformar na "Paris dos Trópicos", à semelhante do modelo adotado por Hausmman na capital francesa. Nos anos 1960, milhares de moradores de várias favelas cariocas foram obrigados a migrar para regiões da Zona Oeste, por conta da uma política urbana centrada na remoção dos pobres de áreas nobres da Zona Sul, entregues a seguir para a especulação imobiliária.
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Morde e assopra nuclear
Heitor Scalambrini Costa
Após o trágico acidente nuclear na central japonesa de Fukushima com considerável vazamento de material radioativo, o mundo rediscute os projetos de novas usinas nucleares, e o que fazer com as já existentes. No Brasil, o governo federal age no sentido oposto.
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Carta do Cacique Mutua a todos os povos da Terra
Cacique Mutua
O Cacique Mutua, índio xavante, escreveu esta mensagem dirigida "a todos os povos da Terra". Trata-se de um texto de rara beleza poética e ultra-eficaz na denúncia de Belo Monte. A missiva começa assim: " O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos". Com ela, o cacique xavante prova mais uma vez que todo dia é dia do índio. Vale conferir.
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Uma nova sociedade ou um tsunami social-ecológico?
Leonardo Boff
No último artigo aventei a idéia, sustentada por minorias, de que estamos diante de uma crise sistêmica e terminal do capitalismo e não de uma crise cíclica. Dito em outras palavras: foram destroçadas as condições de sua reprodução seja por parte da devastação da natureza e dos limites alcançados de seus bens e serviços seja por parte da desorganização radical das relações sociais, dominadas pela economia de mercado com a predominância do capital financeiro. A tendência dominante é pensar que se pode sair da crise, voltando ao que era antes, com pequenas correções, garantindo o crescimeno, resgatando empregos e assegurando lucros. Portanto, continuarão os negócios as usual.
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Rosa Luxemburg: "Reforma ou Revolução"
Paulo Marçaioli
Reforma ou revolução"Reforma ou Revolução" é na verdade uma compilação de dois artigos escritos por Rosa Luxemburgo entre setembro de 1898 e abril de 1899. Os ensaios são uma resposta política a setores do Partido Social Democrata alemão (SPD), agrupados em torno de Eduardo Bernstein. O revisionismo era então uma força política ainda em vias de ascensão. A série de textos publicados por Bernstein na revista Neue Zeit do SPD (entre 1897-1898) era, então, o primeiro grande esforço de sistematização teórica de uma nova orientação política. O reformismo seria predominante nas décadas subseqüentes no SPD, na II Internacional e em parcela considerável de partidos de esquerda (inclusive comunistas) em todo o mundo, especialmente após a II Guerra Mundial.
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O domínio do fictício sobre o real: o pesadelo da bolsa
Lauro Campos
Edgar Morin, ex-marxista francês, escreveu certa vez que um dos maiores defeitos de O Capital de Marx foi o de ter negligenciado o conteúúdo imaginário, fictício, fantástico presente no mundo fetichista das mercaadorias. A crítica de Morin mostra que sua leitura de O Capital foi, no míniimo, corrida. A produção mercantil, desenvolvida, capitalista está tão impregnada por aquele conteúdo "fantástico, imaginário" que a dificuldade maior talvez seja a de separar o real, o concreto, de seu duplo, de sua forrma fictícia que se confunde freqüentemente com a primeira forma de existência do fenômeno; a existência reflexa adquire movimento próprio e passa a reagir sobre seu suporte real e a conduzir-lhe a existência.
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