Podridão em Brasília não tem limites
Valdeci Rodrigues | Valdeci | 02/02/2012 21h28. Publicada em SRZD - sidneyresende.com
Houve
um tempo que em que eu sempre mostrava para pessoas fora do Distrito
Federal que a corrupção no governo federal era obra de todos os estados,
incluindo Brasília.
Mas desde a prisão do então governador do DF, José Roberto Arruda,
que era do DEM, mas foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso no
Senado pelo PSDB, que a podridão própria da capital do país não para de
expor as entranhas da corrupção no governo daqui, também.
Nessa quinta-feira, teve de deixar o cargo o diretor da Polícia
Civil, Onofre de Moraes. Ele apareceu num vídeo feito pelo jornalista
Edson Sombra, fazendo críticas ao governador Agnelo Queiroz (PT), e
dizendo, até, que o petista acabaria saindo do palácio num camburão
direto para a cadeia.
Sombra é figura conhecida como amigo de outro delegado, Durval
Barbosa, que detonou o governo de Arruda e começa a detonar o governo de
Agnelo.
O motivo é simples: Durval e Sombra especializaram-se em gravar as
conversas subterrâneas do roubo generalizado no Governo Distrito Federal
(GDF).
A sensação neste momento é de que a Polícia Civil inteira está
loteada entre grupos que se envolvem ou se envolveram em corrupção na
administração pública.
Onofre de Moraes foi denunciado por ter oferecido dinheiro a Sombra
para poupar Agnelo, como noticiou a revista Veja desta semana, com base
em depoimento de Durval à Polícia Federal.
Brasília, além de concentrar os corruptos de todos os estados, produz
aqui também seus próprios ladrões dos cofres públicos sem provocar
inveja em nenhuma quadrilha de qualquer outra unidade da federação.
O que se pergunta hoje: até quando o roubo campeará desenfreado em todo o país e no Distrito Federal?
Se houvesse uma parte limpa maior do que a podre, Agnelo Queiroz também já teria caído do cargo.
O que se percebe no Distrito Federal é ação de quadrilhas organizadas
de colarinho branco - como as que atuam na Esplanada dos Ministérios,
com origem em todos os estados.
Todas elas com o único propósito: ter poder, assaltar os cofres
públicos e sair impune. Entre os cabeças do crime há, infelizmente, um
grande número de pessoas que chegaram por intermédio do voto, como
Agnelo Queiroz, José Roberto Arruda, e antes deles, para citar apenas do
DF, Joaquim Roriz.
Detalhe importante: Onofre de Moraes assumiu a direção da Polícia
Civil em novembro passado, depois de suspeitas do governador Agnelo de
que material contra ele estaria vazando da instituição para
prejudicá-lo.
É podridão demais!
Até onde a vista alcança, nada indica que as quadrilhas estão
enfraquecidas. Enxergamos apenas as fissuras no esquema, resultado da
briga dos corruptos entre si.
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