quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sempre ao lado dos trabalhadores! 

Por Janira Rocha, em http://www.janirarocha.com.br

As posições políticas assumidas pelo meu mandato durante o processo de mobilização das forças de segurança por todo o Brasil vem sendo, por ocasião do vazamento parcial de uma conversa com o Cb BM Benevenuto Daciolo, criminalizadas por parte da grande mídia. Nosso envolvimento com as categorias de profissionais da área não é de hoje. No ano passado ganhamos notoriedade junto ao movimento dos Bombeiros, apoiando as demandas e influindo diretamente no movimento ao ponto de alcançar apelo na sociedade carioca e brasileira a despeito das declarações do Governador Sérgio Cabral e da linha editorial destes mesmos veículos.



 
Assim como a posição nacional do partido - de solidariedade às justas demandas das forças de segurança pelo Brasil e em defesa da PEC 300 - sempre me mostrei solidária ao movimento reivindicatório da Bahia, entendendo que as atitudes extremas adotadas pelo movimento baianos eram nada mais do que um reflexo da falta de diálogo do Governador Jaques Wagner. Tal posição política foi objeto de artigo difundido na segunda-feira, dia 6, em que deixei bastante evidente a preocupação com as consequências para a população. 

A divulgação do grampo telefônico da Polícia Federal se trata de um forte ataque a democracia, pela quebra do sigilo de uma parlamentar. Somente um trecho da conversação que foi veiculado no Jornal Nacional no dia de ontem. A movimentação, no entanto, faz parte de uma articulação política do nosso mandato. Um dos líderes do movimento dos Bombeiros, Cb Daciolo, me procurou ao ser chamado para contribuir no processo de negociação da crise na Bahia a convite do juiz da Auditoria Militar, Barroso Filho. Perguntou-me a opinião sobre esta iniciativa. Eu o incentivei a buscar uma saída justa para os profissionais que lá se encontravam. Daciolo também atuou como um representante da Aspra-BA, que, até então, era mantida fora da mesa de negociações com o governo.  

Em meio a esse processo, ele me ligou e disse: “O processo de negociação está difícil. Eles não conseguem chegar num acordo. O que foi mais divulgado foi uma proposta que dariam uma parcela da gratificação pedida pelos policiais em novembro e o restante até 2015. Mas não avançaram nenhum milímetro em relação a não criminalização e não prisão dos dirigentes. Achamos que essa proposta é ruim. O que a sra. acha?”. O trecho em questão não faz parte do material divulgado pela imprensa, exatamente pelo papel político que tais meios assumem em relação às justas reivindicações do movimento. Minha resposta, dado minha avaliação e experiência enquanto militante sindical, era de que a correlação de forças mudaria caso, nacionalmente, as mobilizações programadas acontecessem. Com isso a garantia da anistia dos envolvidos com o movimento baiano seria mais fácil, dado a nacionalização dessa questão. Portanto, o trabalho do Daciolo por uma solução positiva para os companheiros da Bahia, seria mais efetivo na organização do movimento fluminense.

Toda minha movimentação neste processo dentro da Alerj, demonstra minha preocupação com as consequências para a sociedade. No dia 07 deste mês, por exemplo, deixei claro que o movimento do Rio teria rumos diferente dos tomados na Bahia. “A despeito das notícias de que o movimento articula as piores coisas em relação à população, no Rio de Janeiro, as pessoas que estão se mobilizando para construir aqui uma greve, uma operação padrão – eles vão discutir o que será na sexta-feira – têm, sim, preocupação com a população. Eles estão discutindo a garantia do efetivo de 30%, eles vão mandar recado para a bandidagem, eles vão dizer para a bandidagem que não permitirão o que está acontecendo na Bahia.(..)Na greve daqui, a orientação é que não tenham armas, não existirão ocupações armadas.”

E, ao contrário do que se propaga, apontei que a crise na segurança pública era de responsabilidade do governo. O único capaz de construir uma alternativa, de valorização das corporações é o Poder Executivo do RJ. Como destaquei também no discurso do dia 7: “Portanto, a questão não está na mão da Assembleia Legislativa, está na mão do Governador do Estado.”

Reforçamos nossa posição nessa crise: ao lado dos trabalhadores, ao lado dos servidores, ao lado da sociedade. Pela valorização salarial desses profissionais e pela não criminalização dos movimentos legítimos de reivindicação das categorias.
Veja também o vídeo:

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