Famílias se aliam à causa dos estudantes no Chile
Por Redação de Correio do Brasil, com Ansa - de Santiago
Pais e demais familiares dos estudantes sairam às ruas para protestar contra o governo de direita do Chile
Milhares de famílias chilenas apoiaram a causa estudantil e saíram às ruas da capital, na noite passada até o início da madrugada desta segunda-feira, para reivindicar uma educação gratuita e de qualidade no país, os manifestantes também exigiram do governo o fim da repressão ao movimento de estudantes.
A presidente da Confederação dos Estudantes da Universidade do Chile (Confech), Camila Vallejo, estimou que cerca de 100 mil pessoas participaram da manifestação convocada pela Coordenação Metropolitana de Estudantes do Ensino Médio e pela Associação dos Professores.
Crianças, jovens, pais e avós, além de moradores do centro de Santiago, que fizeram panelaços e lançaram balões de suas janelas, participaram do protesto. “Se o governo quer lucrar, juntos vamos lutar”, podia ser lido em um dos cartazes levados na marcha.
O ato, que se concentrou a cerca de seis quadras do Palácio La Moneda, sede do governo chileno, também contou com apresentações artísticas. O evento ocorreu de forma pacífica, sem a repressão policial vivida na quinta-feira, quando o governo proibiu qualquer forma de manifestação pública.
Na ocasião, Forças Policiais chilenas reprimiram estudantes com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água, impedindo que protestos fossem iniciados. Cerca de 800 pessoas foram presas durante este dia.
Segundo a imprensa local, a polícia chilena estava adotando várias medidas para evitar a concentração e a manifestação de qualquer grupo de estudantes em Santiago. O ministro do Interior havia afirmado no dia anterior que qualquer protesto seria considerado “fora da lei”.
A prefeita da capital, Cecilia Pérez, disse ontem, no entanto, que “foi demonstrado que para se expressar não é necessário paralisar a cidade”, e que por isso vai dar continuidade à “política de portas abertas para chegar a acordos e coordenar estas atividades em via pública”.
Uma lei, cuja origem remete aos anos do governo do ditador Augusto Pinochet (1973-1990), dá às prefeituras o direito de rechaçar as permissões a manifestações públicas, apesar da Constituição chilena garantir o direito à concentração de pessoas.
Órgãos estudantis confirmaram uma greve geral amanhã. A Confederação Nacional de Funcionários da Saúde Municipal (Confusam) e a Central Unificada de Trabalhadores (CUT) reiteraram ontem sua participação na paralisação.
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